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Quarta-feira, 14 Setembro 2011 18:30

PORTUGAL
Cirurgias prestes a iniciarem-se em Coimbra



Estão previstas para se iniciarem este mês as primeiras cirurgias de correcção do sexo nos Hospitais da Universidade de Coimbra, mas muitas dúvidas existem ainda sobre estas cirurgias.


António Reis Marques, que já presidiu à comissão da ordem dos Médicos que analizam estes pedidos, é o responsável por este programa, sendo também director do Serviço de Psiquiatria dos HUC, tendo avançado com a proposta de criação deste serviço (Unidade de Cirurgia Reconstrutiva Genito-Urinária e Sexual) nos HUC em consequência da aposentação do Dr. Décio Ferreira, único cirurgião que fazia estas cirurgias em Portugal no Hospital de Santa Maria.

Reis Marques afirmou à agência Lusa terem já sido seleccionados quatro pacientes dos 16 já autorizados pela OM.

A Unidade de Cirurgia Reconstrutiva Genito-Urinária e Sexual integra 15 médicos com diferentes especialidades: três ginecologistas, três urologistas, três cirurgiões plásticos e vários especialistas em Psiquiatria e Endocrinologia.

"Vários colegas, da Urologia e da Cirurgia Plástica, estiveram algum tempo num paí­s da Europa para ver como se faz", designadamente para "saber qual a sequência" das diferentes cirurgias a que pode obrigar uma mudança de sexo, referiu.

A partir de agora, as cirurgias para correcção de sexo que antes eram feitas em Lisboa, no Hospital de Santa Maria, passam a ser asseguradas em Coimbra, sendo encaminhados pacientes de todo o paí­s para este novo serviço dos HUC.

No entanto, várias pessoas transexuais em diferentes fases do processo clínico a que são forçadas a submeterem-se já manifestaram algumas dúvidas sobre estas cirurgias.

"Temos algumas questões sobre as cirurgias propriamente ditas e sobre o modo como se realizou todo este processo de "passagem de testemunho" de Santa Maria para os HUC", afirmou Eduarda Santos do grupo Transexual Portugal.

"Tinhamos uma das mais avançadas técnicas vigentes de cirurgias deste tipo. No entanto preferiram ter formação lá fora. Porquê? Mais qualidade? Mais barato? Quanto tempo estiveram lá fora a aprender? Em que país? Que técnica vão usar? O resultado final apresenta uma qualidade superior ao que existia cá? Porquê? Que selecção é feita dos candidatos? Baseada em que critérios? Não basta a autorização da OM para as cirurgias? É por antiguidade de processos? Por idades? No caso dos FtM vão tirar um excerto de pele do braço que deixa marca para sempre, como se fazia antigamente? No caso das neovaginas vão utilizar um excerto intestinal que sempre dá alguma lubrificação? Ou viram a pele ao contrário e está feito? E os grandes e pequenos lábios?"

"Estas são algumas das perguntas que foram feitas por transexuais e para as quais não existe ainda resposta clara", afirmou Eduarda, acrescentando "nesse sentido, o grupo Transexual Portugal enviou um email aos HUC solicitando respostas a estas questões. Afinal nós é que nos vamos submeter a estas cirurgias e cujo resultado vai ficar connosco para o resto das nossas vidas, portanto penso termos o direito a uma informação atempadamente completa e detalhada sobre a(s) cirurgia(s) a que nos vamos submeter. Somos a parte mais interessada neste assunto e não me parece justo sabermos as respostas à última da hora."

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