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Quarta-feira, 27 Setembro 2017 23:21

CINEMA
Tudo sobre o Queer Porto 3



O Queer Porto 3 acontece de 4 a 8 de Outubro entre o Teatro Rivoli, Maus Hábitos, malavoadora.porto e Galeria Wrong Weather.


Desde a estreia no Porto do recente filme do cineasta canadiano Yan England, 1:54, uma história sobre bullying protagonizada por Antoine-Olivier Pilon, ao ciclo “This Is Me”, dedicado à representação autobiográfica no cinema queer que destaca as obras de Peter Friedman - que estará presente no festival -, e Barbara Hammer, o Queer Porto 3 acolhe também a Competição de Filmes de Escola Portuguesas “In My Shorts” e o programa de curtas “Under A Spell”, sobre as relações entre sexualidade e expressões de fetichismo.

Competição Oficial

A Competição Oficial inclui oito longas-metragens de ficção e documentais. Entre elas The Wound, do sul-africano John Trengove, um enredo onde género, orientação sexual e classe social se intersetam para produzir uma imagem idiossincrática da África do Sul dos nossos dias. O filme, que estreou na Berlinale e já foi premiado no Frameline SanFrancisco International LGBTQ Film Festival e no LA Outfest, será exibido na Noite de Abertura do Queer Porto 3 dia 4 de outubro, às 21h30.

A Competição conta ainda com os filmes: I Am Truly a Drop of Sun on Earth, primeira longa-metragem de Elene Naveriani – realizadora que estará presente no Porto -, através da qual seguimos um grupo de trabalhadoras do sexo e outro de imigrantes nigerianos em Tbilisi, num olhar queer sobre os fluxos migratórios de África para a Europa; Jesús, de Fernando Guzzoni – filme que estará representado no Festival pelo ator Gastón Salgado-, um retrato do niilismo que habita entre uma geração que cresceu aparentemente sem códigos de ética; Jours de France, primeira longa-metragem de Jérôme Reybaud, uma desconcertante reflexão metafísica sobre o ser-se gay na França nos tempos do Grindr; Juntas, documentário de Nadina Marquisio e Laura Martínez Duque sobre o primeiro casal lésbico a casar-se legalmente na América Latina, após terem lutado durante muitos anos para a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina; The Misandrists, o mais recente filme de Bruce LaBruce, um dos títulos em maior evidência na secção Panorama da edição deste ano da Berlinale, sendo um sucessor de The Raspberry Reich (2004), cuja narrativa nos coloca entre uma célula separatista terrorista da Female Liberation Army, liderada pela atriz Susanne Sachsse; Miss Rosewood, um retrato cru, intenso e sem filtros da artista de performance Jon/Rose Cory e da sua influência no circuito underground nova-iorquino, documentado por Helle Jensen; e La Noche, primeira longa-metragem de Edgardo Castro enquanto realizador, que nos mostra uma Buenos Aires como raras vezes foi retratada no grande ecrã, acompanhando o protagonista na sua deriva por clubes e bordéis, procurando suprir a sua solidão através de momentos de libertinagem que subvertem todo o tipo de regras.

Mais cinema...

Entre um dos principais destaques do Queer Porto está o ciclo dedicado à representação autobiográfica no cinema queer. O ciclo “This is Me” destaca a obra de Peter Friedman, autor de um dos mais importantes e injustamente esquecidos documentários sobre o VIH/Sida, Silverlake Life: The View from Here - com a presença do realizador no Porto -, filme corealizado com Tom Joslin, de quem o Festival também exibe, em estreia absoluta, Black Star: Autobiography of a Close Friend. “This is Me” acolhe um conjunto de curtas-metragens e a longa-metragem Tender Fictions, de Barbara Hammer, figura incontornável do cinema experimental, cujo trabalho foca questões da política do corpo, entre outros filmes que contribuem para uma reflexão sobre questões de autobiografia queer, entre eles o documentário Mapplethorpe: Look At the Pictures, de Fenton Bailey e Randy Barbato (nomeado para dois Emmys) e o seminal Tarnation, de Jonathan Caouette.

Masterclass

A propósito da presença de Peter Friedman em Portugal, o Queer Porto 3 organiza a 6 de outubro, às 11h30, uma master class conduzida pelo cineasta, intitulada Visual Storytelling, que terá lugar na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, e que será acompanhada da exibição do documentário Fighting in Southwest Louisiana: Gay Life in Rural America, realizado por Friedman e Jean-François Brunet.

Curtas

O Teatro Rivoli acolhe ainda a Competição de Filmes de Escola Portuguesas “In My Shorts”, composta exclusivamente de filmes realizados no âmbito curricular de escolas portuguesas, e o programa de curtas “Under A Spell”, sobre as relações entre sexualidade e expressões de fetichismo, com a exibição de Protocols, de Jan Soldat, e de What Happened to Her, de Kristy Guevara-Flanagan, entre outras curtas.

Dança

O Auditório Isabel Alves Costa recebe ainda em sessão especial – e em diálogo direto com o espetáculo Dança Doente, de Marcelo Evelin, que estará em cena no Auditório Manoel de Oliveira nos dias 6 e 7 de outubro – o documentário Les Vies de Thérèse, de Sébastien Lifshitz, sobre Thérèse Clerc, uma das mais ferozes ativistas francesas pelos direitos das mulheres e dos homossexuais, num tocante retrato que teve estreia no Festival de Cannes de 2016.

E ainda...

Privilegiando o seu carácter transdisciplinar, o Queer Porto lançou o desafio à plataforma digital australiana QueerTech.io, que reúne artistas audiovisuais de todo o mundo, a apresentar uma instalação que nos revela obras ilustrativas dos novos desafios criados pela internet na criação audiovisual queer. A instalação poderá ser vista no Foyer do Café Rivoli. Já na Galeria Wrong Weather estará patente uma outra instalação, Wonders Wander, criada originalmente como uma minissérie web pela artista taiwanesa Shu Lea Cheang para o Madrid Pride de 2017, e que no Queer Porto poderá ser vista como instalação vídeo. O Queer Porto 3 estende-se ainda à malavoadora.porto, com a apresentação da performance Your Sexts Are Shit: Older Better Letters, de Rachael Mars, e ao Maus Hábitos com o Queer Pop este ano dedicado a Anohni e Arca.

Party Time!

A propósito da sessão Queer Pop, que terá lugar no dia 5 de outubro no Maus Hábitos a Queer Pop Party, com a música comandada por Rodrigo Affreixo. Para a Festa de Abertura do festival, no dia 4, o Queer Porto 3 convidou o Young Boy Dancing Group para apresentar uma performance com base na improvisação e no site-specific, que investiga questões sobre sexualidade, era digital e fetiche. Terão ainda lugar DJ sets de Nuno Ramalho e Forest (Tiago Pinhal Costa). Já para o dia 6, o coletivo Arena vai preparar uma noite que começa no subpalco do Auditório Manoel de Oliveira do Teatro Rivoli, com uma apresentação especial de um ato performativo único, ARENA PU ER IMPERIAL, seguindo-se depois a festa ARENA v.12.0, no Maus Hábitos. Para a Festa de Encerramento, a 7 de outubro, o Queer Porto associou-se à Groove Ball, que apresenta mais uma versão do projeto APOCALYPSE, de Aurora Pinho, juntando-se aos nomes internacionais de Jay Jay Revlon (“father” da KIKI House of Tea, de Londres, e figura de referência na cena voguing do Reino Unido) e Electrosexual (produtor e DJ da noite underground berlinense, bem conhecido de clubes como o Berghain). A festa contará ainda com momentos especiais a cargo dos performers portugueses André Da Fonseca, Henry Sequeira e Inês Laranjeira.

CINEMA: Tudo sobre o Queer Porto 3

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