A denúncia é da BBC e apresenta relatos na primeira pessoa sobre a experiência de provar que se é homossexual na Turquia do século XXI.
Um dos testemunhos é de Ahmet, um jovem com cerca de 20 anos que relata que lhe perguntaram quando é que teve sexo anal pela primeira vez e "que brinquedos usava quando era criança". E também se "gostava de futebol, se vestia roupas e perfume de mulher". Ahmet descreve-se como um rapaz masculino e que como estava de barba de alguns dias os inspectores comentaram "que ele não parecia um homem gay normal".
E chegaram mesmo a pedir-lhe uma foto dele vestido de mulher, pedido que recusou. Mas apresentou uma prova alternativa: uma foto dele a beijar outro homem. E espera que isso lhe dê o certificado para não ir ao serviço militar.
Outros relatos indicam que foram pedidas fotos de sexo explícito dos candidatos com outros homens e que "a cara tem de estar bem visível" e têm de estar "como parceiro passivo".
O problema é que a capacidade de um médico de alguma forma atestar a homossexualidade cientificamente impossível de comprovar e de contornos éticos duvidosos.
Na Turquia não existem leis específicas contra a homossexualidade mas o estigma social ainda é muito significativo, e ser homossexual fora dos grandes centros urbanos significa ser alvo de chacota e perseguição.
Nos certificados emitidos pode ler-se a razão de dispensa do serviço militar: "Desordem Psico-sexual (Homossexualidade)".