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Terça-feira, 23 Janeiro 2018 14:05

BRASIL
Registos de 2017 apresentam maior número de mortos LGBT de sempre



As mortes violentas de pessoas LGBT no Brasil atingiram um máximo histórico, de acordo com organizações locais.


De acordo com um relatório do grupo de direitos LGBT Grupo Gay de Bahia, foram registados 387 assassinatos e 58 suicídios de pessoas LGBT em 2017. É um aumento brutal de 30% em relação às 327 mortes relatadas em 2016.

O Brasil tem uma taxa elevadíssima de homicídios em geral com cerca de 50'000 pessoas assassinadas todos os anos o que dá cerca 25 a 30 assassinatos por ano por cada 100'000 habitantes estando no top 20 mundial nesta métrica, compare-se com o valor em Portugal que é de cerca de 1 homicídio por cada 100'000 habitantes.

No entanto o relatório do do Grupo Gay de Bahia apenas incluiu mortes que foram diretamente causadas por violência homofóbica ou transfóbica sendo a informação foi recolhida através de sites de notícias, jornais e testemunhos directo, o que significa que muitos casos não são registados.

Pessoas Trans em destaque

Significativamente o número de vítimas trans é particularmente elevado sendo estatisticamente igual ao número de homens homossexuais, embora o número de pessoas trans seja muitíssimo inferior. O ano foi marcado pelo assassinato chocante da travesti Dandara, 42 anos, cujo vídeo divulgado nas redes sociais revoltou o país: essa bárbara execução ocorreu em Fortaleza no dia 15/2/2017, e o vídeo mostra 8 rapazes espancando com chutos, pauladas, pedradas, e atirando a vítima inanimada e ensanguentada para dentro de um carrinho de mão aos gritos de “viado, imundiça”, sendo morta com tiros de revólver. Apesar do vídeo ter sido prontamente divulgado na internet as prisões só foram feitas 18 dias depois do crime.

Origens

Luiz Mott, presidente do Grupo Gay de Bahia, disse que o aumento dos níveis de violência foi parcialmente causado pelo crescimento e a publicidade de políticos ultra-conservadores. Outra causa da violência contra pessoas LGBT são programas de televisão que ligam a homossexualidade às forças satânicas.

Grupos de direitos humanos responderam às estatísticas ao condenar o governo brasileiro por não tomar medidas para proteger as pessoas LGBT.

Jurema Werneck, diretora executiva da Amnistia Internacional do Brasil, disse que, embora o Brasil tenha indicado a vontade de introduzir medidas de proteção para pessoas LGBT vulneráveis, essas propostas muitas vezes falharam, quer por falta de investimento ou por mudanças de visão da política.

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