O cardeal norte-americano Raymond Burke, que atua como patrono da Soberana Ordem Militar de Malta em Roma, acrescentou que a homossexualidade era uma "tendência desordenada" e precisava ser "purificada na raiz".
Esta semana, um júri nos EUA revelou um relatório que denuncia abusos sexuais sobre milhares de crianças de ambos os sexos na Pensilvânia, praticados por mais de 300 padres católicos.
Numa entrevista ao grupo "Ação Católica para a Fé e a Família", sobre as mais recentes acusações de abuso sexual na Igreja, o Cardeal enfatizou que a homossexualidade foi o que motivou o escândalo.
Ficou claro após os estudos após a crise de abuso sexual de 2002 que a maioria dos atos de abuso eram de fato atos homossexuais cometidos com jovens homens adolescentes.
Houve uma tentativa estudada de ignorar ou negar isso.
Agora, parece claro, à luz desses escândalos terríveis recentes, que de fato existe uma cultura homossexual, não apenas entre o clero, mas mesmo dentro da hierarquia, que precisa ser purificada na raiz. Raymond Burke
O Cardeal completou dizendo que "É claro que é uma tendência desordenada".
E explicou que, no seu ponto de vista, toda esta situação é culpa das políticas de defesa dos direitos reprodutivos das mulheres, antes de voltar a atacar os homossexuais.
Acho que isto foi consideravelmente agravado pela cultura anti-vida em que vivemos, ou seja, a cultura contraceptiva que separa o ato sexual da união conjugal.
O ato sexual não tem qualquer significado, exceto entre um homem e uma mulher em casamento, uma vez que o ato conjugal é por sua própria natureza para a procriação.
Acredito que é necessário reconhecer abertamente que temos um grave problema de cultura homossexual na Igreja, especialmente entre o clero e a hierarquia, que precisa ser tratado com honestidade e eficácia. Raymond Burke
O mais recente escândalo na Igreja Católica
As acusações agora apresentadas denunciam não só o abuso de menores como também a cobertura pela hierarquia da Igreja Católica destas situações durante mais de sete décadas, seguindo o padrão de múltiplas acusações anteriores em diversos pontos do mundo. Um dos estudos sobre a situação concluiu que nos EUA entre 1950 e 2002 cerca de 4% dos padres católicos no país foram acusados de abuso, e as vítimas eram rapazes em 8 de cada 10 casos. Mais de 2 mil milhões de euros já foram pagos pela Igreja Católica em acordos com as vítimas de abuso nos EUA.
Casos com centenas de vítimas menores alvo de abuso sexual por parte de padres católicos foram reportados em países como a Alemanha, Bélgica, Canadá, Filipinas, Itália, Irlanda e Reino Unido.
