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Domingo, 11 Outubro 2015 22:18

PORTUGAL
Balanço do Primeiro Queer Porto



Tímido mas eficaz, assim se classificaria a primeira edição do Queer Porto que terminou este sábado.


Tímido porque esta primeira edição contou apenas com quatro dia de sessões: longas-metragens e documentários, não esquecendo duas sessões de curtas e duas instalações. O público parece estar preparado para um edição maior, participativo na assistência mas também nas surpresas sugeridas pelo evento. A exemplo de Lisboa casa cheia na abertura como no encerramento, mas os outros dias estiveram também bastante povoados.

And the Winner is...

Apresentados os vencedores desta edição, selecionados pelo Júri constituído José Capela, Rui Filipe Oliveira e Toby Ashraf.

The Royal Road de Jenni Olson foi o grande vencedor, um ensaio cinematográfico em defesa do ato de recordar, O Camiño Real apresenta-se como um manual sobre a colonização espanhola da Califórnia e da guerra mexicano-americana que tão esquecida está da memória, juntamente com reflexões íntimas sobre nostalgia, identidade butch e Vertigo, o filme de Alfred Hitchcock; todos temas colocados sobre um contemplativo pano de fundo de paisagens urbanas da Califórnia filmadas em 16mm. A voz-off lírica que narra o filme combina pesquisa histórica rigorosa com um monólogo pessoal em modo stream-of-consciousness, e relata histórias aparentemente díspares através de uma perspetiva intimista. O resultado é um conto único sobre a Califórnia, bem como um filme sobre paisagens, o desejo, a memória e a história - e as histórias que nós contamos.

Houve também uma menção honrosa para o espetacular filme The Night de Zhou Hao, estudante de cinema que teve a ousadia de enfrentar o sistema repressivo da China e apresentar um filme que nos fala do dia-a-dia de um prostituto e da sua amiga também ela prostituta. Uma história de amizade com uma fotografia inesquecível.

Finalmente, o vencedor nomeado pelo público foi De Gravata e Unha Vermelha um documentário inspirado na cartoonista Laerte, que faz tiras diárias no jornal Folha de São Paulo e aos sessenta anos passou a apresentar-se como mulher. Cria um painel vigoroso, moderno, irónico, belo e polémico, dos modos que cada um encontra de se respeitar na construção do próprio corpo. Isso abrange tanto a escolha de género como a escolha do corpo e, consequentemente, maneiras de estar no mundo. Assim é que, no mundo contemporâneo, a própria sexualidade é escolhida: homens se tornam mulheres, mulheres se tornam homens. Poder brincar com a roupa e a aparência vai adquirindo contornos inusitados. Dudu Bertholini, com seus cafetans, é o âncora. Dudu, dono da loja de roupa Neon define-se como alguém que não é determinado pelo feminino ou masculino na escolha das roupas ou na sua maneira de estar no mundo.

Entretanto o Queer Porto já tem financiamento garantido para a próxima edição que se espera ansiosamente na cidade invicta.

Foto galeria de sábado

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PORTUGAL: Balanço do Primeiro Queer Porto

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