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Quarta-feira, 5 Setembro 2018 09:22

PORTUGAL
Queer Lisboa 22 já tem programa oficial



A 22ª edição do Queer Lisboa apresenta-se como uma das mais comprometidas socialmente, politicamente e culturalmente da sua história.


Um dos compromissos deste QueerLisboa é com a problemática do VIH/Sida, dando a conhecer o cinema que respondeu à epidemia nas suas origens, com um ciclo intitulado “O vírus-cinema: cinema Queer e VIH/Sida” sendo ainda apresentado um livro que reúne vários ensaios de diversos autores com o mesmo nome.

O Festival em Número

Dos 32 países presentes, os EUA apresentam 27 filmes, o Brasil 15; a França com 14 e o Reino Unido com 10 filmes. Portugal apresenta um total de 8 filmes. O Queer Lisboa 22 é financiado pela Câmara Municipal de Lisboa / EGEAC, pelo ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, e um conjunto de outros apoios públicos e privados, de entre os quais a ViiV Healthcare e a Absolut. Como já é habitual o PortugalGay.pt é parceiro média do evento.

Os Jurados

O Júri da Competição de Longas-Metragens é composto pela atriz Leonor Silveira, pelo ensaísta francês Didier Roth-Bettoni e pelo autor e comediante Hugo van der Ding, para avaliar um total de oito filmes.

O Júri da Competição de Documentários é este ano composto pela programadora turca Esra Özban, pela realizadora Margarida Leitão, e por Rui Filipe Oliveira, produtor da RTP, fazendo parte da competição também oito títulos.

O Júri da Competição Queer Art, composto pelo ator Ricardo Teixeira, pela jornalista espanhola Paula Arantzazu Ruiz e por Victor dos Reis, Presidente da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, terá a seu cargo premiar um dos oito filmes que compõem este programa, dedicado a linguagens mais experimentais.

A Competição de Curtas-Metragens tem este ano como Júri a atriz Maria Leite, o realizador britânico Rob Eagle e o artista plástico Thomas Mendonça, com uma tarefa bem maior, 22 filmes compõem esta xompetição. O prémio de melhor curta-metragem, no valor de 1.500€, é atribuído pela RTP2, pela compra dos direitos de exibição do filme.

O Júri da Competição “In My Shorts” de filmes de escolas de cinema europeias é composto pela atriz Ágata Pinho, por Fernando Galrito, diretor da Monstra, e por Marta Fernandes, distribuidora da Midas Filmes. Concorrem 10 títulos a esta competição, de escolas tão diversas como a London Film School, a Escola de Cinema e TV da Academia de Artes Performáticas de Praga, a Universidade Autónoma de Barcelona, ou a Le Fresnoy. O júri realizará ainda uma masterclass para estudantes de cinema e público em geral. O prémio de melhor filme é atribuído pela Much Underwear, no valor de 400€ em equipamento vídeo.

Secções Extras

O QueerLisboa tem ainda uma relação colaborativa com outros festivais, com base nesse compromisso o festival Olhares do Mediterrâneo, a ter lugar de 27 a 30 de setembro no Cinema São Jorge, terá lugar uma sessão conjunta no dia 29 de setembro, às 16h30, na Sala 3, do documentário Mr. Gay Syria, da realizadora Ayse Toprak.

A secção Panorama deste ano acolhe ainda L’Amour Debout, de Michaël Dacheux, sobre o reencontro de dois jovens que agora vivem em Paris e tentam cada um perceber o seu caminho, depois da separação.

Numa sessão especial, o Queer Lisboa reúne três das mais importantes curtas-metragens queer portuguesas numa sessão única: Anjo, de Miguel Nunes; Flores, de Jorge Jácome; e Self Destructive Boys, de André Santos e Marco Leão.

O Queer Pop apresentará na sua primeira sessão um programa dedicado a Janelle Monáe.

Nas Hard Nights, contamos com o regresso do cinema de dois realizadores, dos quais destacamos Bruce LaBruce, um realizador com história neste festival e um dos poucos a fazer parte das primeiras tímidas presenças do QueerLisboa na Invicta, que veio a dar lugar ao QueerPorto.

Livro

Mas temos mais regressos ao Queer Lisboa, o dramaturgo e encenador André Murraças, que fará a apresentação e lançamento do livro Queerquivo - arquivo LGBT português, um novo arquivo LGBT português que nasceu da falta de registo de vidas conhecidas ou anónimas, e ligadas ao universo LGBT do nosso país. São quase cinquenta os textos escritos por diversas personalidades sobre aquelas pessoas que nos inspiraram, moldaram e transformaram.

Festas

Paralelamente ao festival, uma vez mais um conjunto de Festas vão marcar as datas do Queer Lisboa 22. A propósito da estreia de Diamantino, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, no dia 14 de setembro, o Titanic Sur Mer recebe a Festa de Abertura, com a presença da equipa do filme, ao som dos Candy Fur e de Ricardo Varela. Na noite seguinte, no sábado dia 15, é a vez de o Estúdio Time Out receber a segunda edição do concurso Miss Drag Lisboa apresentado pela drag queen luso-canadiana Miss Moço.

Longas Metragens

De entre as longas-metragens programadas, dão-se destaque a algumas obras como La Pudeur ou l’impudeur (1992), o vídeo-diarístico na primeira pessoa de Hervé Guibert; Zero Patience (1993), de John Greyson, um musical que parodia a tentativa de descoberta do “paciente zero”; Kids (1995), de Larry Clark, um dos expoentes do cinema indie norte-americano, ou Bright Eyes (1986), de Stuart Marshall, um dos primeiríssimos documentários sobre a sida.

Ativismo

De entre os filmes ligados ao movimento do vídeo-ativismo, destaque para as obras de realizadores como Gregg Bordowitz, Mike Kuchar, Matthias Müller, os Gran Fury, Jerry Tartaglia ou Mike Hoolboom. Na Cinemateca, terá lugar também um Debate à volta deste programa com a presença do ensaísta francês Didier Roth-Bettoni, autor do livro Les années sida à l’écran, Maria José Campos, médica, e João Pedro Vale, artista plástico.

Queer e VIH/Sida

No dia 15 de setembro, data do início do ciclo de cinema na Cinemateca Portuguesa, é lançado o livro “O vírus-cinema: cinema queer e VIH/sida”, uma edição da Associação Cultural Janela Indiscreta, organizadora do Festival, com coordenação de António Fernando Cascais e João Ferreira, que reúne um total de 25 ensaios, onde 24 diferentes autores – de médicos a ativistas, de programadores a críticos de cinema -, escrevem cada um sobre um filme que aborda esta temática, oferecendo-se assim diferentes perspetivas sobre os desafios que a epidemia representou para o cinema. O livro, financiado pela EGEAC / Cinema São Jorge, conta com ensaios de Alexandra Juhasz, António Fernando Cascais, Bruno Maia, Cristian Rodríguez, Daniel Pinheiro, Didier Roth-Bettoni, Franck Finance-Madureira, James Mackay, Jan Le Bris De Kerne, Jean-Sébastien Chauvin, Jerry Tartaglia, João Ferreira, João Lopes, Jorge Mourinha, Maria José Campos, Mathias Klitgård Sørensen, Matthias Müller, Mike Hoolboom, Nuno Galopim, Pedro Marum, Pedro Silvério Marques, Ricardo Vieira Lisboa, Theodore Kerr e Tom Kalin.

A Moda

O Queer Lisboa 22 estabeleceu também uma parceria com a ModaLisboa e o Doclisboa, para a programação de um conjunto de documentários sobre o universo da moda. A 51ª edição da ModaLisboa decorre de 11 a 14 de outubro, e o Queer Lisboa antecipa este evento apresentando três documentários que revelam a importância da cultura queer na moda e de como a moda tem contribuído para o esbatimento de noções heteronormativas de género. Neste programa, destaque para o filme We Margiela, da produtora holandesa mint film office, que acompanha o nascimento da emblemática casa de moda dirigida pelo enigmático Martin Margiela, responsável por uma verdadeira revolução nesta indústria e que dará também lugar a um Debate com a presença de Eduarda Abbondanza, diretora da ModaLisboa, e Rui Palma, fotógrafo de moda.

George Michael

Por fim, o Queer Lisboa recebe a estreia nacional do documentário George Michael: Freedom -Director’s Cut, de George Michael e David Austin, uma exaustiva viagem pela música e vida de uma das maiores estrelas pop contemporâneas cuja carreira atravessa mais de três décadas e que teve uma estreita relação com a moda, particularmente a partir do momento em que recusou aparecer publicamente na promoção das suas canções, dando azo ao mediático processo judicial do cantor, contra a Sony. O ciclo de documentários prosseguirá no Doclisboa 18.

Noite de Abertura

O Queer Lisboa inaugura a sua 22ª edição com a estreia lisboeta de Diamantino (2018), de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, vencedor do Grande Prémio da 57.a Semana da Crítica da última edição do Festival de Cannes, com a presença de toda a equipa artística e técnica do filme no palco da Sala Manoel de Oliveira. Uma abordagem delirantemente queer e metafísica ao estado do mundo, onde Carloto Cotta interpreta Diamantino, uma estrela mundial do futebol em plena crise existencial, e à mercê das suas manipuladoras e mercenárias irmãs, numa cruzada onde se confronta com expressões neofascistas, a crise dos refugiados na Europa, a modificação genética e a busca da fonte da genialidade. Uma produção da Maria & Mayer (Lisboa), da Syndrome Filmes (Rio de Janeiro) e da Films du Bélier (Paris), é com enorme orgulho que o Queer Lisboa volta a apresentar uma ficção nacional como filme de abertura do evento.

Noite de Encerramento

O encerramento do festival é feito com o documentário Bixa Travesty (2018), realizado por Claudia Priscilla e Kiko Goifman e vencedor do prémio de Melhor Documentário do Teddy Award da Berlinale, onde teve a sua estreia mundial, em fevereiro último. Neste mais recente trabalho da dupla de realizadores brasileiros cujo trabalho o Queer Lisboa tem programado desde as suas primeiras obras, a dupla propõe-nos um imaginativo e desafiante documentário, dominado pela presença no ecrã da eletrizante Linn da Quebrada. Autodenominada “bixa travesty” e artista multimédia, oriunda da periferia de São Paulo, Linn ganhou notoriedade nos palcos com a canção “Enviadescer”, em 2016, sendo desde então uma pertinente e ativista voz pela defesa dos direitos das minorias queer. Ele tem monstros de palco Que para sempre vão marcar uma geração se não mais que uma. Porque as suas plateias não tem idade Ninguém faz moonwalk como tu fazias. For ever Michael Jackson.

Saber mais

No site oficial do evento: http://queerlisboa.pt/.

PORTUGAL: Queer Lisboa 22 já tem programa oficial

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