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Celso Júnior - 5º Festival GL

Pensando nos próximos

PG: 2002, como vai ser, vamos ter mais filmes, mais convidados, um festival maior mais pequeno, menos curtas e mais longas, como será 2002?

CJ: este ano já tivemos menos curtas que o ano passado, se me falasse disso há duas semanas atrás, antes do atentado, porque eu não sei o que vai ser do mundo agora, mas em condições normais de temperatura e pressão, o festival obviamente vai crescer, tem muito mais aposta em convidados e apostando cada vez mais alto na qualidade dos filmes.

PG: Diz-se nas ruas de Lisboa que o festival vai mudar de nome e vai-se chamar "Festival Internacional de Lisboa", confirmas isso?

CJ: Mesmo que um dia se venha a ter o primeiro "Festival Internacional de Cinema de Lisboa" vai estar junto, concerteza, o sexto, o sétimo, ou décimo, Festival Gay Lésbico de Lisboa.

PG: O que o Celso Júnior esta a dizer é que a Associação está a pensar em voos mais altos ao ponto de realizar um outro festival anual alem do existente?

CJ: Lisboa é uma capital europeia e porque não ter o seu festival, o festival GLBT sim senhor, mas nota-se aqui uma grande paixão pelo cinema, e Lisboa é a capital deste país e deve ter o seu festival. Fazer um festival de cinema desse tipo e como este requer uma estrutura muito complexa e está longe disso termos essa estrutura, mas que faz parte dos nossos horizontes claro que sim. Mas nunca passa pela ideia anular ou juntar o GLBT.

PG: A meio do Festival o Celso Júnior sente-se realizado com o resultado deste ano?

CJ: Não posso deixar de dizer para você que me sinto um pouco frustrado, sobretudo por aquilo que não tenho controlo: os acontecimentos do atentado de NY frustrou muito as nossas expectativas, não só na nossa estabilidade emocional como na do público, afectou também a organização deste festival porque no dia do atentado recebemos três faxes a anular a vinda de três das nossas atracções. Mas esta frustração não passa pela culpa, porque se deve a uma coisa maior, mas onde a minha culpa reside ainda este ano e neste ponto está muito bem repartida é na divulgação do festival que penso que este ano ainda não foi feita como devia ser, porque aqui há uma luta real do preconceito da imprensa nacional.

PG: Já que voltamos aos media, como explicas que não foi assim tão complicado chamar os media para a conferência de imprensa dada pela recusa do espaço SONAE, e depois na própria festa do Porto Pride, isto tudo numa cidade supostamente muito mais conservadora que Lisboa, e foi mais fácil ter artigos em quase todos os jornais e televisão e aqui em Lisboa o festival na sua já quinta edição e com o peso que tem vindo a alcançar, continue a ter dificuldades?

CJ: Talvez no primeiro ano tenhamos tido mais a atenção dos média que nos outros anos pelo facto de ser novidade. E penso que você terá sentido isso no Porto Pride, mas também não se justifica porque tal como eu falei para você que um dos principais objectivos do festival é educar... é porque ainda tem um grande numero de pessoas que pensa que o festival GLBT é um festival de filmes pornográficos, a palavra Gay e Lésbico está ainda muito associada à pornografia, e é muito difícil lutar-se com coisas ainda muito calcinadas. Há um longo caminho a percorrer para mudar isso e terá que ser com muita perseverança, e continuar a trazer a qualidade e dentro do mais genérico possível, principalmente qualidade.

QUALIDADE, esta pode ser a máxima que se pode ver no material apresentado na quinta edição do Festival Gay e Lésbico de Lisboa, filmes como Taboo de Nagisha Oshima, The Girl de Sande Zeig ou Plata Quemada de Marcelo Pineyro, isto para não falarmos da retrospectiva de Sai Ming-Liang, e a curtas como a do promissor realizador Jorge Torregrossa, Desire e Entrevue da realizadora Marie-Pierre Huster, são mais que exemplos de uma boa selecção... mas não deixa de ser um festival que não pode agradar a Gregos e Troianos.

Esta quinta edição fica também marcada pela sua tardia exuberância e alegria dos convivas que a visitaram devido ao já citado assombro provocado pelos acontecimentos de 11 de Setembro que não deixou nada nem ninguem indiferente. E que colocou os nervos em franja desta organização que teve que roer as unhas enquanto os filmes estavam de quarentena no aeroporto de Lisboa.

Com todas as falhas e precalços deste festival, esta quinta edição não deixou margem para duvidas que se trata de um dos principais festivais da Europa para não dizer do mundo dentro da especialidade. Fica a promessa de que para o ano falhas como o atraso no início dos filmes, ou da longa espera no bar do cinema, serão tomadas em atenção e rectificadas tanto quanto possível.

Aqui fica a mensagem do PortugalGay.PT a este festival: Obrigado por estarem em Portugal e tentarem de uma forma sábia e através de um produto de qualidade mudar mentalidades sejam elas de que orientação forem... Para o ano há mais!

 
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