Um tribunal do Dubai multou e encarcerou duas mulheres transexuais, uma portuguesa e outra espanhola, por estarem "disfarçadas de mulheres e entrarem num lugar restrito só a mulheres", denunciou a organização Amnistía Internacional segundo o jornal 20minutos.es.
A sua detenção deu-se na estação de metro de Burj Khalifa no passado dia 22 de Janeiro quando regressavam ao hotel depois de umas compras num centro comercial do Dubai. Segundo parece, uma pessoa acusou-as de entrarem no wc feminino, o que ambas negam veementemente, segundo a Amnistía Internacional.
Ambas mulheres, a portuguesa Sofía Janeiro (de 18 anos) e a espanhola Alesandra Chanel (de 36 anos) foram detidas numa estação de metro e condenadas, no passado dia 19 de Fevereiro, a pagarem cada uma uma multa de 2.000 dírhams dos Emiratos Árabes (que equivale a uns 478 euros). Ao não poderem pagar esta multa, encontram-se detidas na prisão central do Dubai, acrescenta a Amnistía Internacional.
Por este motivo, a organização pediu às autoridades do Dubai que libertem ambas as mulheres, que anulem as suas condenações e lhes permitam regressar a casa, além de instarem aos governos de Portugal e Espanha a intervirem com urgência para o seu regresso.
A Amnistía Internacional teme que a polícía do Dubai as tenha prendido baseando-se na sua aparência física e aplicando o artº 182º do Código Penal do Dubai (que pertence aos Emiratos Árabes Unidos), que afirma que "qualquer homem disfarçado com roupas de mulher e que entre num lugar restringido somente a mulheres será penalizado com o máximo de um ano de prisão e uma multa de 2.000 dirhams (a moeda oficial da Aràbia Saudíta)".
Embora Sofía Janeiro e Alesandra Chanel se identifiquem e vivam como mulheres, os seus passaportes não as reconhecem como tal. "Deter, prender ou multar únicamente pela identidade de género é uma grave violação dos direitos humanos. Alesandra e Sofía são prisioneiras de consciência. Devem ser libertadas imediatamente e sem condições. Estamos profundamente preocupados com a sua segurança", manifestou a Amnistía Internacional.