Esta introdução serve para falar de uma dos mais respeitados árbitros de rugby do mundo, Nigel Owens. Nigel fala-nos do seu passado menos colorido, uma época em que arbitrava os jogos com uma capa invisível que temia alguém descobrisse a qualquer momento. Nigel conta que esse passado tornado público entretanto não é risonho.
Deixei um bilhete para minha mãe e meu pai dizendo que eu não poderia continuar.
Nigel preparou a bagagem com uma garrafa de whisky comprimidos e uma espingarda carregada... o suficiente para por termo à sua vida aquela que ele dizia não poder continuar. Hoje agradece ao whisky e aos comprimidos que o colocaram em coma e assim o impediram de puxar o gatilho.
Confessa ter saído um novo homem desse ato, e hoje apoia outros que atravessam esse deserto das expectativas que os outros tem sobre cada um e que segrega a vontade de sermos quem somos. Um novo homem capaz de encarar com uma piada o insulto ignorante de alguns adeptos, ao mesmo tempo reuniu por parte da maioria o respeito, a simpatia e protecção. Aqueles que um dia o tentaram ofender à distancia de uma bancada, foram apontados pela restante bancada e humilhados pela sua pequenês.
Hoje Nigel Owens é um ser humano que brilha na sua acção como árbitro e como pessoa, respeitado pelos seus pares e pelos jogadores, as bancadas aplaudem de pé o juiz que mantém os jogos em permanente movimento, e quando pune um jogador esse limita-se a responder positivamente ás indicações por este apontadas.
Infelizmente este não é o exemplo de outros desportos populares... e o próprio Nigel Owens brinca com a situação, com a sua frase repetida múltiplas vezes: “rugby não é futebol”.