Um júri no Brasil condenou Tatiana Ferreira Lozano Pereira a 25 anos e oito meses de prisão por matar seu filho de 17 anos, Itaberli Lozano, , em Cravinhos, São Paulo, informa o site Out. Segundo a acusação, Tatiana Ferreira Lozano Pereira, de 32 anos, nunca aceitou o filho depois que ele se afirmou como homossexual e em dezembro de 2016, eles tiveram uma discussão que resultou em Lozano ir morar com a avó.
O próprio jovem postou nas redes sociais um relato que tinha sido agredido pela própria mãe por ser homossexual. Dias depois, a mãe terá atraído o filho de volta à casa da família alegando querer uma reconciliação. Uma investigação concluiu que ela contratou dois jovens de 18 e 19 anos para matar o próprio filho quando ele voltasse a casa. Quando Lozano voltou a casa os dois homens espancaram o jovem, mas recusaram-se a matá-lo. Ato contínuo, Pereira pegou uma faca e esfaqueou o pescoço do próprio filho, matando-o. Ela e o seu marido, Alex Pereira, de 30 anos, levaram o corpo para um canavial e pegaram-lhe fogo. Os restos foram encontrados uma semana depois e exigiram uma investigação forense para ter uma identificação.
O tio de Lozano, Dario Rosa, disse à polícia segundo o site G1:
A mãe dele não aceitava e a gente já desconfiava, porque ela não quis prestar queixa. Acho que a mãe tem que cuidar do filho e não fazer o que ela fez. Ele era um rapaz que trabalhava, era educado, era um menino, mas estava na fase de trabalhador.
No julgamento, Tatiana Pereira disse que discutiu com o filho porque ele trouxe homens para casa e usava drogas e afirmou que não era homofóbica. Ela disse também que quando confrontado Lozano ficou furioso e ameaçou matá-la. Num novo depoimento disse que o filho tinha sido morto por três jovens com quem teria desavenças. No entanto os investigadores descobriram evidências nas redes sociais de que Pereira tinha contratado dois jovens para espancar o filho nos dias anteriores ao desfecho fatal.
Os dois jovens que ajudaram no espancamento também foram condenados a prisão efectiva de 21 anos e oito meses. Todos vão recorrer da decisão. O padrasto está acusado de ocultação de cadáver mas será julgado mais tarde mantendo-se por agora em liberdade.
A situação das pessoas LGBT+ no Brasil tem-se degradado cada vez mais desde a eleição do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, com um crescendo de relatos de homofobia e transfobia.