Em alguns hospitais nacionais a medicação para o tratamento do vírus VIH/Sida está a ser disponibilizada para uma ou duas semanas, levando alguns dos utentes a ficarem privados de tratamento por falta de recursos económicos para se deslocarem várias vezes aos referidos hospitais.
Quem o afirmou foi Luis Mendão do GAT (Grupo de Ativistas dos Tratamentos de VIH) que tem conhecimento deste fato mesmo tendo em conta que os hospitais estão obrigados a disponibilizar a referida medicação para o espaço de um mês. Luís Mendão disse-o em entrevista ao Correio da Manhã durante Conferencia VIH Portugal que decorreu semana passada no auditório do INFARMED em Lisboa.
Presente na conferência esteve também o Secretário de Estado Adjunto do Ministério da Saúde, Fernando Leal da Costa, que disse ter conhecimento da situação. Adiantou ainda que havia emitido um despacho no sentido de todos os hospitais disponibilizarem medicação para o período de um mês ou até mais no caso de férias, mas que de facto alguns não estão a cumprir o referido despacho, e por isso garantiu ao CM que desenvolver novo despacho no sentido de regularizar a situação.
Recorde-se que é consensual na comunidade científica que a medicação do VIH/Sida não pode ser interrompida, mesmo que durante alguns dias, sob o risco de se desenvolverem variantes do vírus resistentes a essa mesma medicação.