Viktoria Radványi, do Budapest Pride, disse recentemente ao Guardian:
Achamos que era realmente importante mostrar às pessoas LGBT+ que elas não estão sozinhas; que não estão abandonadas; que há muitas pessoas que as defendem. E agora é mesmo mais importante mostrar isso. Viktoria Radványi, Budapest Pride
Radványi acrescentou: que esta ação tem como intenção mostrar a todas as pessoas que têm medo e pensam que não podem ser felizes porque o atual governo "está esmagando os direitos humanos e a liberdade de expressão e a liberdade de mídia", que há esperança e que há muitas pessoas que estão cada vez mais organizadas.
O Orgulho de Budapeste apresentou um tweet hoje (21 de junho) a indicar que a marcha acontecerá em 24 de julho conforme planeado e "mostrará a verdadeira face do amor e da solidariedade".
A nova lei da Hungria é semelhante à lei da Rússia de 2013 "com o propósito de proteger as crianças da informação que advoga a negação dos valores familiares tradicionais", que efetivamente proíbe a representação positiva da vida LGBT+ para menores. Em 2017, a lei foi considerada uma violação dos direitos humanos pelo Tribunal dos Direitos Humanos da União Europeia
Na quarta-feira (16 de junho), a presidente da Comissão da UE, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE investigaria a Hungria sobre as novas medidas. Ela manifestou no Twitter que estava “muito preocupada com a nova lei na Hungria. Estamos avaliando se viola a legislação da UE relevante.
Em resposta a secretária de Estado de Comunicação e Relações Internacionais da Hungria, Zoltan Kovacs usou também o twitter para defender que a lei era sobre "ser capaz de educar os seus filhos sobre essas questões delicadas como você achar melhor", e não contente com isso acho por bem esclarecer que a lei é "sobre criar forte repercussões legais para atos de pedofilia".
A Amnistia Internacional disse sobre a lei: "A associação destas emendas a um projeto de lei que visa reprimir o abuso infantil parece ser uma tentativa deliberada do governo húngaro de associar a pedofilia com pessoas LGBT+." A organização sem fins lucrativos também apelou a outros países da UE para levantar a questão na próxima reunião do conselho da UE, ou seja esta semana.
A lei é o mais recente ataque à comunidade LGBT+ do país. Em dezembro passado, uma lei foi aprovada proibindo a adoção de casais do mesmo sexo. O casamento equalitário também é ilegal na Hungria. Em janeiro, o governo húngaro ordenou que as editoras excluíssem os livros com conteúdo LGBT+ e "comportamento incompatível com os papéis tradicionais de género".