Assim conclui um grupo de trabalho do Instituto Português do Sangue e do Transplante (IPST) no trabalho que realizou sobre o relatório “Comportamentos de risco com impacto na segurança do sangue e na gestão de dadores”. Diz que os dadores HSH estão sujeitos a um período de suspensão após o ultimo ato sexual e ou novo parceiro que vai de seis meses a um ano.
O Ministério da Saúde já aceitou a recomendação apresentada pelo grupo de trabalho, que produziu despacho para que a Direção Geral da Saúde em colaboração com o IPST elabore novo questionário e critérios de exclusão, trabalho que será concluído e apresentado até Outubro próximo.
Discriminação continua
Mas isto é afinal “mais do mesmo” segundo um dos ativistas LGBTI mais envolvidos com estas coisas do sangue: Sérgio Vitorino um dos fundadores do grupo Panteras Rosa vê o processo como um ato enganoso que sugere à população um avanço quando na realidade fica tudo na mesma.
Antes os argumentos da IPST para a impossibilidade de HSH doarem sangue passava pela prática de relações anais entre estes. Hoje o argumento mudou, talvez por representar alguma falta de imaginação sobre as relações sexuais, sendo que agora a justificação reside no aumento do número de infetados com o VIH dentro deste grupo, que diz Vitorino, sendo verdade, também o é em relação ao grupo dos heterossexuais e por isso representa uma falácia.
Para este ativista passava por estabelecer critérios médicos sérios e iguais para toda a população de dadores de sangue, coisa que segundo Sérgio Vitorino não será fácil porque diz que o IPST tem de viver com uma classe médica homofóbica que é parte da sua equipa clínica.
Assim resume-se que este “passo” não é em frente mas "ao lado" mantendo as coisas exatamente como estavam desde a última alteração do questionário da IPST apresentado aos dadores de sangue, “HSH só podem doar sangue se abstémicos sexuais”.
