O estudo analisa em detalhe estudos anteriores sobre discriminação sexual racializada em aplicativos de encontros e foi apresentado na reunião anual da American Public Health Association, e serão publicado em breve na revista científica American Journal of Community Psychology.
Os investigadores da University of Illinois Urbana-Champaign, nos EUA, descobriram que a discriminação racial é muito mais prevalente nas comunidades online do que quando há encontros face-a-face. Eles também concluiram que as preferências baseadas em raça são, como esperado, mais frequentemente expressas por pessoas brancas que se esforçam por ativamente por excluir pessoas de cor no universo de encontros online.
No estudo é explicado que a seleção de parceiros baseada na raça se tornou "a nova face do racismo nas redes sexuais e de namoro online de homens gay/bissexuais" e que se pode manifestar de diferentes formas. Homens gays e bissexuais de cor podem ser rejeitados, tratados como objetos ou denegridos com base na sua raça. Outros perpetuam estereótipos sobre homens de cor e fazem comentários sobre suas proezas sexuais, papéis sexuais ou atributos físicos.
Ryan Wade e Gary W. Harper, que conduziram o estudo, querem estudar a forma como esta discriminação sexual racial em aplicativos de encontros poderá levar a sentimentos de vergonha, humilhação e inferioridade, incluindo afetar a auto-estima e o bem-estar dos alvos da discriminação. Desenvolveram agora uma escala com 60 itens que categoriza as experiências em quatro áreas: exclusão, rejeição, degradação e objetificação erótica.
Os investigadores também concluíram que as pessoas sofrem discriminação mesmo dentro do seu próprio grupo racial ou étnico e tiveram isso em conta quando criaram a escala.
Wade e Harper conduziram reuniões em grupo para descobrir mais sobre as experiências de discriminação sexual racializada de homens gays e bissexuais.
Os participantes falaram sobre como é ser discriminado por pessoas de seu próprio grupo racial ou étnico, e que essa experiência era particularmente prejudicial e, como tal, quisemos que a nossa escala tivesse essa questão em conta.
Depois de criada a escala, usaram-na para classificar as experiências de 2'000 homens gays e bissexuais negros entre 18 e 29 anos nas redes sociais sobre as suas experiências em aplicativos de encontros. Os resultados estão em revisão para publicação numa outra revista científica.