As coisas começaram no Jardim do Príncipe Real, a ajudar na organização da multidão uma equipa devidamente identificada e de rádio na mão, conseguiram manter o ritmo e a ordem dos milhares de participantes na marcha. E a coisa funcionou: a marcha teve a cadência perfeita para trazer dos passeios quem mais se quis juntar, e para os que lá permaneceram receberem a mensagem, de forma clara e sem pressas.
Mas se há uns anos atrás tínhamos 600 activistas gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros, numa marcha este ano contamos alguns milhares significativos de participantes mas com muito algo alheios à mensagem da mesma. Na frente os blocos realmente reivindicativos, as pessoas bissexuais e as pessoas trans e intersexo gritavam palavras de ordem, algumas infelizmente mais conhecidas, talvez porque o caminho político é lento, outras mais modernas porque o veto de Marcelo lhes castra a liberdade.
Depois várias organizações como a rede ex aequo, a AMPLOS, o GAT/CheckPointLX, a Amnistia Internacional, e sem esquecer a luta das mulheres lésbicas negras (com Gê Escobar que ano passado incendiou o palco dos discursos finais da Marcha).
Mas eis que chega o primeiro camião, ou primeiro de quatro veículos ornamentados com muitos decibéis de música e a mensagem, o protesto, a reivindicação dilui-se muito em movimentos marcados ao som da música dos três pontos de música.
Não fossem os blocos iniciais e depois a mensagem dos partidos como o JS, o PAN e os sempre mais enérgicos Bloco de Esquerda, e pareceria que a questão dos direitos LGBTI+ tinha passado para segundo plano. Isto apesar da presença da ILGA Portugal pelo meio.
Já na Ribeira da Naus, local onde se deram os discursos habituais usando o palco do evento da Feira da Diversidade, como vem sendo hábito, os vários milhares aproveitaram a relva, e alguns conseguiram ouvir os discursos, mas a maioria descansava do sol abrasador amenizado por um vento forte e constante.
E a agenda continua em Portugal
Assim e depois de Coimbra, Bragança, Faro, Vila Real, Braga, e Lisboa segue-se o Porto dia 7 de Julho, depois as ilhas com Angra do Heroísmo a 28 de Julho e Funchal e 6 de Outubro. Ainda previstos eventos em Guimarães e Viseu com datas a anunciar. Sem esquecer por Lisboa no próximo fim de semana é ocasião para mais um Arrail Lisboa Pride na Praça do Comércio.
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