A Guarda Revolucionária do Irão invadiu uma festa de aniversário alegando tratar-se de um grupo de homossexuais com "práticas satânicas".
Isto foi na cidade de Kermanshah, junto da fronteira do Iraque, o grupo composto apenas por homens, alugou um salão da cidade para a celebração do aniversário de um deles, quando foram surpreendidos pela Guarda Revolucionária.
Segundo fonte da Guarda, o grupo já estava sobe vigilância, não especificaram também quantos detidos fizeram.
As alegações da Guarda de que os homens tinham praticas satânicas não é nova, uma vez que já antes autoridades da República Islâmica haviam comparando os homossexuais a satanistas tentando assim diminuir a imagem das pessoas LGBT junto dos religiosos por si só já conservadores.
A festa contava com cerca de 80 pessoas e dessas pelo menos 17 foram sinalizadas como tendo tatuagens e pulseiras do arco-íris. Diversas pessoas foram vendadas e levadas para local desconhecido. Os convivas foram ainda filmados pelos guardas e retiraram os telemóveis a todos eles.
As pessoas LGBT sofrem uma alargada perseguição por parte do governo no Irão mas também da sociedade em geral. No país a pena máxima para sodomia é a execução em praça pública por enforcamento.
A lei antes igual para todos os homens que tivessem sexo com homens foi alterada em 2012, tratando os homossexuais passivos e ativos de forma diferente, mantendo-se a pena de morte para o elemento passivo, podendo ir até 100 chicotadas para o elemento ativo. O recurso ao chicote é ainda aplicado no caso das lésbicas, sendo neste caso igual para ambas as intervenientes.
As detenções das pessoas homossexuais diferem no seu castigo consoante o local: as punições são mais severas em localidades do interior como é o caso da cidade de Kermanshah. A polícia oficial tem vindo a ignorar as pessoas homossexuais, mas esta Guarda e outras milícias ligadas à religião são independentes e atuam sem qualquer vigilância ou punição do governo.