Pedro Nuno Santos, o líder da jota socialista, em declarações ao PortugalDiário regista a «abertura» do líder do partido, garantindo, no entanto, que a JS vai voltar ao assunto ainda nesta legislatura.
«Não faremos nada contra o PS e acatamos as decisões do partido, mas a JS é um organização autónoma, tem as suas próprias bandeiras, por isso tem a obrigação de lutar por elas», justificou Pedro Nuno Santos, defendendo que, «apesar dos compromissos do PS, a JS tem a sua própria agenda». «Já tínhamos decidido, em Fevereiro, que iríamos avançar e até agora não aconteceu nada que nos faça desistir», acrescentou o presidente da JS.
Na tentativa de justificar intenção de não deixar cair esta «bandeira», Pedro Nuno Santos lembra que a discussão sobre a despenalização do aborto foi lançada, em 1997, pela JS, então liderada por Sérgio Sousa Pinto - que redigiu a moção que Sócrates levará ao conclave socialista, em meados de Novembro -, contra a vontade do secretário-geral do partido António Guterres.
A apresentação do projecto-lei dos jovens socialistas, que exclui a adopção de crianças por parte de homossexuais, ainda não tem uma data «definida», contudo, esta não deverá acontecer de imediato, uma vez que a prioridade vai para a campanha que visa a despenalização do aborto - uma das «bandeira» da JS.
Na moção que José Sócrates vai levar a Santarém, o secretário-geral socialista «atira» para a próxima legislatura - depois de 2009 - a possibilidade de avançar com leis que consagrem novos direitos aos homossexuais, como é o caso do casamento ou a adopção de crianças.
O «timing» foi definido por Sérgio Sousa Pinto, um dos principais redactores da moção de Sócrates.
Os vários socialistas ouvidos pelo PortugalDiário parecem comungar da opinião do secretário-geral do PS. Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada parlamentar socialista, defende que a discussão em torno do casamento e adopção de crianças por parte de homossexuais «não é urgente». «Não existe nenhuma prioridade na resolução dessa questão», referiu.