Craig Maxwell-Keys é um dos principais árbitros do campeonato de rugby de inglaterra e foi árbitro em múltiplos torneios, incluindo o Campeonato Mundial de Rugby Sub-20 e a European Challenge Cup. Foi na véspera do torneio de 2016 em Manchester, que ele disse à família e aos amigos que era gay antes de revelar as notícias a um círculo maior de amigos nas redes sociais e outros árbitros após o torneio.
Mas o árbitro de 29 anos, nascido em Birmingham, Gloucestershire, não falou publicamente sobre fazer parte da lista de uma pessoa - Owens - de árbitros de elite abertamente homossexuais no rugby e a sua participação na final da Copa do Mundo de 2015 teve impacto inconscientemente nesta sua decisão.
Ele explicou ao Wales Online como a recente campanha Rainbow Laces traz de volta as manchetes de Nigel Owens e Sam Stanley (um jogador de rugby da seleção inglesa de sevens que se afirmou homossexual em 2015) e suas histórias de saída do armário.
Enquanto eu estava no armário, eles foram uma fonte de apoio e conforto. Ficou realmente claro para mim enquanto eu lutava para aceitar quem eu era, que poderia fazer parte do desporto de elite. Craig Maxwell-Keys
E conclui que não é sobre quem nós amamos mas como somos bons em algo e essa mensagem teve muito eco em mim. Mas o processo não foi simples: numa altura em que estava pronto para dar o passo surgiu a possibilidade de trabalhar como árbitro e ele percebeu que afinal não estava realmente pronto para se aceitar como é. Que não podia estar a pedir aos outros algo que ele próprio não tinha ainda conseguido: aceitar-se como é. Dois anos depois, cheguou a esse patamar e pouco antes de ir para Manchester para o Campeonato Mundial Júnior de Sub-20 em 2016 contou aos amigos e familiares. Depois do torneio muito bem sucedido enviou mensagens pelos WhatsApp do aeroporto quando ia para férias em família e ficou offline durante 8 horas. Quando ligou o telemóvel de novo teve uma boa surpresa, com reações muito positivas.
Já me tinha esquecido do esforço necessário para manter essa falsa pretensão em 'que história eu contei a essa pessoa, qual é o nome dessa namorada imaginária com quem estou agora'.
Quando esse peso é levantado, podemos ser verdadeira e autenticamente nós e aproveitar a vida. Craig Maxwell-Keys
E também explicou que toda essa energia despendida para viver uma mentira pode ser redirecionada em ser apenas nós próprios e "isso foi realmente libertador".
Posso entender como os problemas de outras pessoas eram complicados quando eu estava no armário, então, se eu posso ajudar apenas uma pessoa nessa posição em que eu estive anos atrás, acho isto muito positivo da minha perspectiva Craig Maxwell-Keys
Veja também a reportagem para Rugby Media (em inglês):