Tudo começou em outubro de 2017, quando Nikko Briteramos entrou na barbearia King of Kuts, em Leimert Park, e recusaram atendê-lo. Ele já tinha usado os serviços da barbearia antes deste incidente. Mas desta vez, um barbeiro que o conhecia informou o proprietário do status de VIH da Briteramos. O dono da barbearia pediu a Briteramos que saísse, pois não podia arriscar cortar o cabelo de alguém seropositivo porque isso perturbaria a sua clientela de celebridades.
Esta terça-feira (4 de junho), o Distrito Central da Califórnia decidiu a favor de Briteramos após julgamento sumário. Neste caso, a apresentação de fatos nos lados de ambas as partes foi suficiente para o juiz tomar uma decisão.
Esse julgamento é a prova de que o que aconteceu comigo naquela barbearia e o que acontece com pessoas que vivem com o VIH e sofrem discriminação apenas tentando fazer coisas básicas na vida como ir ao dentista ou cortar o cabelo, o que simplesmente não é aceitável Briteramos
Ele explicou que tais práticas discriminatórias remontam a tempos não muito distantes durante o período do americano "Jim Crow" (leis locais e estaduais, promulgadas nos Estados do sul dos EUA, que institucionalizaram a segregação racial entre 1876 e 1965), e são igualmente injustos. Agradeceu a vitória judicial e que irá continuar o seu trabalho com a campanha Cut the Stigma, uma campanha de educação pública.
O Black AIDS Institute e o Lambda Legal lançaram a iniciativa Cut the Stigma (algo como "Cortar o Estigma") em 2018. Eles trabalham com empresas negras em todo o país para "dissipar equívocos em torno da transmissão do VIH e reduzir o estigma do VIH e discriminação resultante".
Anthony Pinggera, o advogado legal de Lambda que liderou o caso, considerou a decisão uma "afirmação fantástica" e uma "repreensão clara e enérgica da discriminação intencional contra pessoas vivendo com o VIH".
Raniyah Copeland, Directora do Black AIDS Institute, concluiu: "A experiência de Nikko destaca como negros que vivem com o VIH são confrontados com discriminação todos os dias, mas este julgamento transmite a mensagem às empresas que a discriminação não será tolerada".