Stephen Sambo, 30, e Japhet Chataba, 38, foram acusados pelo crime de "fazer sexo contra a ordem da natureza" no ano passado. Os promotores apresentaram "vídeos e fotografias" dos dois homens, enquanto uma funcionária do hotel disse ao tribunal que os vio tendo sexo pela janela, reporta o Pink News.
Falando sobre a sentença, o presidente do Edgar Lungu, disse ao Sky News:
Estamos dizendo não à homossexualidade. Por que deveríamos dizer que seremos civilizados se permitirmos ... estão dizendo que somos primitivos agora porque estamos desaprovando a homossexualidade?
Mesmo os animais não o fazem, então por que devemos ser forçados a fazê-lo porque queremos ser vistos como inteligentes, civilizados e avançados e assim por diante? Edgar Lungu, Presidente Zâmbia
Lungu já tinha expressado a sua opinião sobre as questões LGBT no passado de forma clara: "Aqueles que defendem os direitos dos gays devem ir para o inferno ... Essa questão é estranha para este país."
Segundo a Associated Press, o embaixador dos Estados Unidos na Zâmbia, Daniel Foote, disse estar "horrorizado" com a sentença. Foote disse que não seria intimidado pelas autoridades da Zâmbia e acrescentou que o relacionamento entre os dois homens não prejudicou ninguém e "enquanto isso, as autoridades do governo podem roubar milhões de dólares públicos impunemente".
Em resposta, o ministro de Relações Exteriores da Zâmbia, Joseph Malanji, disse que o embaixador estava se intrometendo nos assuntos internos do país, e que o governo enviaria uma carta de protesto a Washington pelos comentários de Foote.
Na mesma linha, de acordo com o Lusaka Times, o presidente da Iniciativa para Jovens Líderes Africanos (YALI), Andrew Ntewewe, disse numa conferência de imprensa este domingo que os embaixadores dos EUA devem "se restringir quando se trata da governação deste país ou do tipo de leis que decidimos ter" . Ele acrescentou.
Na realidade, os dois degenerados que foram presos por 15 anos receberam indulgência pelo juiz, pois a sentença que aplicou foi o mínimo de 15 anos quando ele poderia ter optado pela pela máxima de prisão perpétua Andrew Ntewewe, YALI
Recorde-se que em junho a Ministra de Orientação Nacional e Assuntos Religiosos, Godfridah Sumaili, pediu aos artistas, músicos e promotores de eventos da Zâmbia que desistam apoiar ou participar de atividades que "minam os valores e princípios nacionais do país" referindo-se especificamente à possibilidade de ser feito um convite para visitar o país ao coreógrafo sul-africano e personalidade da televisão, Somizi Mhlongo, que é abertamente homossexual e se casou recentemente com Mohale Motaung numa cerimónia tradicional em setembro.
Na Zâmbia, não toleramos o homossexualismo e é um crime. Convidar essas pessoas significa que estamos lentamente a aceitar esse vício. Devemos nos proteger contra influências estrangeiras, pois elas representam um risco de perturbar nossa fibra social como nação cristã. Godfridah Sumaili, Ministra de Orientação Nacional e Assuntos Religiosos
As leis que criminalizam a homossexualidade neste país de 16 milhões de pessoas, que é vizinho simultaneamente de Moçambique e Angola, são derivadas do antigo código penal colonial britânico da Rodésia. A Rodésia do Norte tornou-se Zâmbia em 1964 e as pessoas LGBT+ são rotineiramente alvo de discriminação em múltiplos níveis da sociedade desde a educação a serviços básicos sendo alvo de detenções arbitrárias e muitas vezes alvo de chantagem, mesmo por forças da autoridade.