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26 Abr 2004 20:32
Vivemos num país de fachada, em que as coisas se fazem ?só para inglês ver?. Ou seja, por fora parece que o 25 de Abril chegou a todo o lado (lgbt, incluídos): há vários partidos políticos (não se percebe muito bem para quê, porque no fundo são todos a mesma m...), liberdade de expressão, miriades de associações que defendem (ou fazem de conta que defendem) os direitos dos lgbt, dos animais, das vitimas disto e daquilo (geralmente quando já deixaram de ser vítimas ou quando já não precisam de ajuda para nada), etc.. O problema é que por dentro as mentalidades continuam tão mesquinhas e tacanhas como há 30 anos atrás e com tendência a piorar. O que me leva a pensar que os aparentes progressos que se verificam, são mais propriamente uma consequência de termos passado a viver a reboque da moderna Europa comunitária do que uma natural consequência da evolução de mentalidades conseguida com a revolução dos cravos. Atente-se, por exemplo, àquela reportagem da SIC sobre os jovens gays e lésbicas em Portugal que, para mim (independentemente de ?eles? gostarem ou não de nós) teve o mérito de não escamotear a realidade nem de cair em dramatismos inúteis. No meio de tanto aparente modernismo, lembro-me do insigne Dr. Daniel Sampaio, que tanto escreve sobre gays (e até ganha uns cobres à conta disso) afirmar que ?teria um desgosto se tivesse um filho homossexual, porque esse não seria o projecto de vida (????) que gostaria para um filho meu?. Confesso que poucas coisas me espantam, simplesmente deu-me muita vontade de rir ficar a saber que a homossexualidade também pode ser um projecto de vida ou algo que se pode, sequer, escolher, projectar ou planear. Depois veio aquela extremosa, moderníssima e gayfriendly mãe que sempre ensinou o filho a respeitar (tolerar?) os homossexuais mas que ficou de candeias às avessas com o dito, quando soube que ele era gay. Se calhar concentrou-se de tal maneira em educar o filho que não se lembrou de se educar a si própria, primeiro. O pior é que os próprios gays apresentam este tipo de mentalidade de mais vale sê-lo que parece-lo. Muitos ainda têm profundamente enraizada a convicção infantil de que, se um dia desaparecerem os gays mais ?exuberantes?, ou mais frágeis ou mais isolados (que são todos colocados no saco dos gays que ?não se dão ao respeito?) e só ficarem os tais gays bem comportados que, suponho eu, são os tais que têm a mania que são muito machos e os únicos gays dignos sobre a face da Terra (provavelmente porque ninguém lhes pôs um espelho à frente ou não teve a coragem ou crueldade suficiente para lhes dizer meia dúzia de verdades), a homofobia acaba e passamos a viver no melhor dos mundos. No fim de contas é tão idiota como imaginar que se acaba com o racismo pintando os negros de branco (ou transformando-os em clones do Michael Jackson), mas os senhores professores doutores psicólogos, sociólogos & Co., que pululam por aí, devem saber o nome que se dá a este curioso mecanismo mental, que consiste em culpar e castigar a vítima quando esta é mais fraca ou mais minoritária que o agressor. Eu como sou um simples borra-botas possuidor de limitados recursos culturais e intelectuais chamo a isto simplesmente parvoíce e cobardia , ainda por cima, completamente inúteis, porque só serve para nos distrair dos nossos verdadeiros ?inimigos?. Resposta à questão desta semana? Para mim é ?NIM?.

24 Abr 2004 16:45
Não me parece que nós, homossexuais e por ai vai, sejamos considerados tão ciadãos como as outras pessoas. Ainda há muita coisa por concretizar em termos de direitos e igaualdade de oportunidades. Mas penso que, talvez, a culpa também nos cabe, pois apesar do lado de preconceito da sociedade na sua generalidade, também não batalhamos por nós próprios como deveria ser e, infelizmente, em muitos casos, não nos damos ao respeito.

23 Abr 2004 23:01
a pouco e pouco de cada vez, parece que chegamos longe... vejamos o exemplo que nos dá a nossa vizinha espanha, dentro de pouco legalizao do casamento de pessoas do mesmo sexo. Viva a liberdade

22 Abr 2004 22:50
Ja vao longe os tempos em que o Comunismo via a homossexualidade como doenca do sistema capitalista, basicamente porque ja nao ha comunismo como havia. Mas nao ha duvida que a ideologia de 1974 contribuiu para a abertura de mentalidades.

21 Abr 2004 12:31
Nao diria que o 25 de Abril chegou. Os fenomenos sociais que vemos em mudanca nao deveriam acontecer como sinais de aceitacao e compreencao mas sim de igualdade. No's homossexuais masculinos e femininos, bissexuais, transsexuais e hermafroditas nao precisamos que a sociedade tenha compaixao. Precisamos que nos vejam como iguais.

21 Abr 2004 0:51
Eu ñ tenho razões de queixa por ser gay,até porque ñ permito que alguem fale mal sobre os gays ao pé de mim,1º sou assumido e nunca tive problemas em me assumir como sou,seja no trabalho,na escola ou no circulo familiar e de amigos,talvez por isso as pessoas tentem ñ falar certas coisas ao pé de mim,o mal é por vezes as pessoas ñ darem-se ao respeito...Isso é que leva ao preconceito extremo!!!