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Homofobia em Viseu

Recortes de Imprensa: Homofobia em Viseu (Fevereiro 2005)

Política & Direitos

Público
Sábado, 19 de Fevereiro de 2005

http://jornal.publico.pt/2005/02/19/LocalLisboa/LL15.html

Homossexuais de Viseu Ameaçados de Morte

A Panteras Rosa revela a existência de um "gang organizado" composto por cerca de trinta indivíduos "obcecados" e violentos.

Maria Albuquerque

A associação Opus Gay afirma que a comunidade homossexual de Viseu está a ser perseguida por "milícias populares", que ameaçam extingui-la. O último episódio aconteceu anteontem, cerca da meia-noite, em pleno centro da cidade, quando três pessoas foram alegadamente ameaçados de morte. A PSP identificou os suspeitos, cinco homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 20 e os 30 anos, por alegadas ameaças e injúrias a homossexuais.

"Estava parado, junto ao Rossio, à espera de um amigo que tinha ido levantar dinheiro, quando aparece uma carrinha, com sete pessoas lá dentro. Disseram-me: 'Vamos-te matar! Vamos-te matar, mesmo!'", contou uma das vítimas, acrescentando que ligou de imediato para a PSP, que apareceu em poucos minutos.

A mesma vítima acrescentou que este mês já é a terceira vez que sofre ataques semelhantes. A primeira vez terá acontecido no dia 12, frente ao Tribunal de Viseu. Na altura, "juntaram-se cinco ou seis carros", cujos passageiros o terão ameaçado de morte e lhe "amolgaram o carro". Dois dias mais tarde, à saída de um bar, voltou a ser ameaçado. Desta vez, além das ameaças verbais, um dos indivíduos ter-lhe-á "apontado uma pistola". De todas as vezes apresentou queixa na PSP.

O queixoso não entende as motivações dos que o têm perseguido, uma vez que "nunca falou ou se cruzou antes" com eles. Segundo adiantou, estes não são, no entanto, casos isolados. "Há outras agressões semelhantes à comunidade 'gay', mas as pessoas têm medo de dar a cara, porque vivemos numa cidade pequena e somos logo apontados."

O comandante da PSP-Viseu, Simões de Almeida, disse à agência Lusa que apenas um dos denunciantes apresentou queixa, sendo que os dois colegas se apresentaram como testemunhas. "Vamos concluir o inquérito e enviá-lo para o Ministério Público se houver matéria", acrescentou, sublinhando que "para além do processo criminal em curso, tem sido feito policiamento preventivo" nas zonas indicadas pelos homossexuais.

Também a Opus Gay, associação que promove "a solidariedade entre todos os membros da comunidade glbt" (gay, lésbica, bissexual e transgender), acredita estar perante uma acção concertada de perseguição. O presidente da associação, António Serzedelo, disse ao PÚBLICO não ter dúvidas que existem "milícias populares" a agir em Viseu, "com o patrocínio de entidades". "A homossexualidade não é crime! Não estamos no Uganda ou na Nigéria!", realçou.

Contou ainda que, "na terça-feira de Carnaval, um amigo parou numa área de descanso do IP5", na zona de Viseu, para aguardar um colega. "Saiu do carro para esticar as pernas e minutos depois ouviu um bando de indivíduos a chamá-lo de paneleiro" e a "ameaçá-lo". "Ainda sofreu uns safanões. Chamou a polícia por telefone e, em vez de agirem logo, perguntaram-lhe quem era e o que fazia ali parado", afirmou.

A Opus Gay afirma, entretanto, quev ai entregar uma queixa à Amnistia Internacional denunciando a situação. "Já telefonei para o Ministério da Administração Interna, e falei com membros do PS, do BE e da CDU para que na assembleia municipal e a nível do município intervenham. Porque isto é uma questão de segurança pública. Qualquer pessoa, que eles suspeitem que seja homossexual, pode ser espancada", disse António Serzedelo.


Jornal de Notícias
Sábado, 19 de Fevereiro de 2005

http://jn.sapo.pt/2005/02/19/centro/gangue_persegue_gays.html

Gangue persegue "gays"
discriminação Comunidade homossexual diz-se ameaçada por grupo organizado que chega a utilizar armas de fogo PSP identificou sete pessoas alegadamente envolvidas no caso

Teresa Cardoso

A PSP interceptou e identificou, na madrugada de ontem, no centro da cidade de Viseu, sete pessoas suspeitas de perseguição a membros da comunidade homossexual local. Os indivíduos, cinco homens e duas mulheres, entre os 20 e os 30 anos, estão indiciados pela prática de crimes de injúrias, ameaças e danos em veículo.

O comandante da PSP de Viseu, Simões de Almeida, confirmou ao JN a abertura de um inquérito para apuramento dos factos. As conclusões serão remetidas ao Ministério Público do Tribunal Judicial de Viseu, entidade que poderá deduzir acusação ou arquivar o processo.

M., um dos jovens homossexuais que apresentou queixa na PSP, pela terceira vez no espaço de uma semana, contra desconhecidos que o têm injuriado e ameaçado, garante tratar-se de um "gangue organizado". "Na madrugada do dia 12, quando estava com amigos dentro do carro, na Avenida da Europa, fui abordado por mais de 20 pessoas. Cercaram o veículo, atiraram ovos e leite, e provocaram danos diversos na viatura. Cheguei a temer pela minha vida e das pessoas que me acompanhavam", relatou, ao JN.

A cena ter-se-á repetido no dia 14 de Fevereiro, na Rua de Serpa Pinto, à saída de um bar, e na madrugada de ontem, na Rua da Vitória, quando ele e dois colegas se dispunham a levantar dinheiro de uma caixa automática.

"Reconheci no grupo dos sete indivíduos que a PSP já identificou algumas pessoas que nos tentaram agredir anteriormente. Disseram que nos queriam matar, que tínhamos de morrer", acrescenta M., que assegura que, numa das ocasiões, foi ameaçado com uma arma de fogo.

M. reclama "liberdade" para as pessoas com "orientação sexual diferente" e admite poder vir a criar, em Viseu, uma delegação da Opus Gay para defender os homossexuais.

"Associados ou não em torno de qualquer organização, os homossexuais dessa região têm de estar unidos na denúncia das perseguições de que estão a ser alvo", afirma António Cerzedelo, dirigente da Opus Gay. Aquela organização já fez uma exposição ao Ministério da Administração Interna a denunciar os factos ocorridos em Viseu.

Número

8

fevereiro Dia em que slguns homossexuais afirmam ter sido interpelados e atacados, na área de descanso do IP5, junto a Pascoal, por um grupo de indivíduos. A Opus Gay denuncia ser um acto de "perseguição homofóbica".


 
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