Comunicado Oficial #gayteenportugal

A coordenação do canal de IRC #gayteenportugal vem manifestar a sua posição face às associações que têm sido feitas entre homossexualidade e práticas de abuso sexual de menores.

Congratulamos toda a Comunicação Social pela atenção e pelo trabalho dispendido na investigação e exposição de acontecimentos relacionados com abuso sexual de menores. O papel da Comunicação Social na denúncia pública é de extrema importância.

O #gayteenportugal condena veementemente qualquer forma de abuso sexual de menores, sendo a prevenção desse crime uma prioridade no nosso espaço virtual.

Face a todo e qualquer crime sexual, consideramos igualmente importantes toda a atenção médica e psicológica junto das vítimas de abuso sexual, o apuramento e punição dos responsáveis pelos casos de abuso, bem como a intervenção psicoterapêutica junto dos agressores, de forma a impedir a sua reincidência.

Lamentamos e sentimo-nos profundamente indignados quando nos confrontamos com associações abusivas e desprovidas de sentido entre homossexualidade e abuso sexual de menores. No decorrer das passadas semanas, a Comunicação Social tem veiculado algumas destas confusões.

A promoção da saúde sexual é um dos objectivos do #gayteenportugal. Os utilizadores deste canal pertencem a uma faixa etária particularmente sensível à opinião pública e é nosso dever esclarecer os que para ela contribuem. A alimentação de crenças erradas e ilógicas que “todos os homossexuais abusam de menores” ou que “a homossexualidade é consequência de abuso sexual” não ajuda a um desenvolvimento intelectual e sexual saudável. Ao combater estas crenças erradas, estamos todos a facilitar a aceitação e vivência saudáveis da orientação sexual dos adolescentes e jovens adultos.

Nesse sentido, pedimos a vossa ajuda e fazemos as seguintes recomendações, no âmbito do rigor imposto pelo código de ética da Comunicação Social:

A homossexualidade é uma das orientações sexuais possíveis e a pedofilia é um crime, independentemente da orientação sexual do abusador. Para mais, muitos pedófilos não têm uma orientação sexual adulta, sentindo-se atraídos sexualmente por crianças. Deste modo, é errado falar em “crimes homossexuais pedófilos”. Sugerimos as expressões “abuso sexual de homem sobre criança”, “abuso sexual de homem sobre homem” ou “abuso sexual de homem sobre mulher”. Este cuidado terminológico é importante para que não se confunda a orientação sexual do agressor com o género dos indivíduos envolvidos no crime.

Uma relação sexual entre homens ou entre mulheres assume que os indivíduos nela envolvidos têm uma idade legal de consentimento. Uma relação sexual abusiva e criminosa pressupõe que, pelo menos, um dos indivíduos envolvidos não tem idade legal de consentimento. Neste sentido, recomendamos que a palavra “homossexual” não surja associada a palavras como “abuso”, “agressão”, “pedofilia”, “crime” ou “violação”. Este cuidado é importante para que não se confunda actos legais (relações homossexuais) com actos criminosos (abusos sexuais).

Agradecemos toda a atenção dada a este comunicado e também todo o cuidado que tiveram e que terão, eventualmente, na exposição de quaisquer casos de abuso sexual de homem sobre homem ou de abuso sexual de homem sobre criança.

Tendo em conta estas recomendações, a Comunicação Social poderá orientar a opinião pública para a problemática em causa, prevenindo associações lamentáveis que reflectem apenas sensacionalismo.

Pel’ A Coordenação do #gayteenportugal

PopCam
(nickname de IRC)

irc.ptnet.pt #gayteenportugal
gayteenportugal@netcabo.pt
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