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Um Outro Mundo é Possível



Jan 2004

"O mundo só vai prestar
para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um Gato maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e Dona Andorinha"

Jorge Amado
"A Andorinha Sinhá e o Gato Malhado..."


Vivemos actualmente uma crise na democracia e no exercício dos direitos do cidadão.

Cada vezes mais aparecem por todo o mundo vozes clamando contra a discriminação, á falta de igualdade, liberdade e o centralismo do poder.

Vozes, unidas por um só tema: " Um outro mundo é possível".

È por princípio fundamental, numa democracia que os chefes de governo, no âmbito da acção governativa que as suas acções sejam tomadas, o mais próximo possível das necessidades do cidadão.

Serão elas tomadas?

Uma vez que, sabemos que aqueles que mais salientam e afirmam este princípio, muitas vezes acabam por tomar decisões drásticas.

É devido a este facto, que hoje se (pres)sente as brechas entre governantes e governados, uma vez que a maior parte dos países europeus estão a ser governados por sistemas cada vez mais centralizados e burocratizados, que implementam medidas sem terem em atenção as incidências e consequências que dos mesmos podem resultar para os cidadãos.

Mas nenhuma democracia pode ser efectiva se o povo não for autorizado a saber como, onde e porquê as ditas decisões foram tomadas, dando-lhe algum sentido de participação.

A realização de fóruns sociais em todas as amplitudes, tem como objectivo expressar uma clara denúncia na questão dos direitos do homem, da igualdade e da liberdade.

Estes espaços não pretendem representar o conjunto da sociedade portuguesa, mas sim dar voz a muitos daqueles que condenam as políticas económico-sociais, ambientais e culturais do neoliberalismo, a guerra, o sexismo, o racismo, a exclusão social, a injustiça, assim como outros problemas sociais.

São espaços que organizam oficinas, mesas de controvérsia e seminários sobre os mais derivados temas, trocam-se experiências, criam-se alternativas e discute-se, apartir de ideias de todos.

Em suma, nestes espaços criam-se ideias, preparam-se acções e abrem-se caminhos, no sentido de contribuírem para um mundo melhor, conquistando e defendendo princípios essenciais e direitos cruciais, como os direitos humanos, que infelizmente muitas vezes caem no esquecimento, no quotidiano dos cidadãos.

Daí que seja importante que aqueles cidadãos que se preocupam com as questões sociais, questões da liberdade, de acção e pensamento, se envolvam e façam surgir novas ideias nas sociedades democráticas, obrigando os governantes e os partidos repensar os seu papel perante os cidadãos.

E a repensar, conceitos como liberdade e igualdade, uma vez que estes embora princípios constitucionais, não passam de expressões decorativas na consciência dos governantes e dos cidadãos.

É preciso defender a democracia, como sistema político fundado nos direitos humanos, como sistema social que se baseia na iniciativa das pessoas e valoriza a diversidade e a diferença, o encontro e o respeito mútuo entre sociedades e culturas.

Por isso, Jorge Amado, num poema seu refere, "O mundo só vai prestar para nele se viver(...)No dia em que a gente ver um Gato maltês casar, com uma alegre andorinha".

Num mundo, onde os valores de liberdade, igualdade, assim como de solidariedade e da participação dos cidadãos na sociedade sejam efectivos e envolventes.

 

 

Edmundo Santos

 
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