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Quarta-feira, 23 Setembro 2009 23:26

ESPANHA
Galiza recusa comparticipar as CRS e greve de fome no país Basco



Transexuais galegos que se desejem submeter à CRS terão de continuar a fazê-lo custeando as despesas do seu bolso.


Os serviços públicos de saúde galegos por meio da ministra da saúde regional, Pilar Farjas, afirmam que "Não está nos serviços comparticipados nem se prevê que venha a estar", e asseguram que desde a eleição do novo governo "não se autorizou nenhuma cirurgia nem se recebeu nenhum pedido".

Encerra assim indefinidamente uma porta que o anterior governo tinha iniciado ao procurar um hospital de referência, dentro ou fora da Galiza, que se ocupasse das cirurgias de que necessitam os transexuais galegos. A antiga ministra, María Xosé Rubio, tinha exigido ao parlamento que as cirurgias de redesignação de sexo estivessem incluídas nos serviços comparticipados, reclamando também do governo central que suportasse os custos.

A associação de transexuais da Galiza, Transgaliza, mostrou-se "indignada" por esta decisão do governo regional "da qual nem sequer fomos informados", segundo a presidente da associação, Laura Bugallo. "Querem-nos negar direitos fundamentais e catalogam-nos como patológicos", lamenta Bugallo, cuja associação a que preside participa na campanha mundial "Stop Trans Pathologization-2012", cujo objectivo é a eliminação do Transtorno de Identidade de Género das doenças mentais, avançando-se assim na luta contra a patologização e estigmatização das identidades transexuais e transgénero.

"As primeiras reuniões em que tratámos este tema do financiamento ocorreram em 1998: passaram onze anos e continuamos no mesmo sítio", critica. A reivindicação da Transgaliza é a de "conseguir que as cirurgias sejam financiadas na própria Galiza, porque muita gente não possui os meios económicos necessários para se mudarem e porque temos consciência de que existem profissionais e técnicas adequadas para o efeito; o que falta é a vontade".

Na Galiza existem uns 40 transexuais e a associação assegura que todos desejam a cirurgia. "No máximo haveria um par de cirurgias por ano, por isso a quantidade, a desculpa que sempre nos têm dado, não é assim tão grande", argumenta Bugallo.

Noutro registo negativo, A presidente da associação Transexualidad-Euskadi, Andrea Muñiz, anunciou o início de uma greve de fome parcial para se fazer operar ao peito e fazer a CRS, cirurgias que espera há mais de 20 anos.

Muñiz difundiu um comunicado, dirigido também ao lehendakari(?) Patxi López, aos conselheiros bascos da Asuntos Sociales y Sanidad, Gemma Zabaleta e Rafael Bengoa, bem como ao Defensor del Pueblo, Enrique Múgica, e ao seu homólogo basco Íñigo Lamarca, advertindo que, dado o seu delicado estado de saúde visto carecer de vesícula biliar, com esta greve de fome entraria num coma irreversível num prazo de sete dias.

A presidenta, de 39 anos, denuncia ainda que o Servicio Vasco de Salud, Osakidetza, inclui uma "suposta Unidade de Género" no hospital de Vizcaia de Cruces para intervenções cirúrgicas a transexuais, mas que a dita unidade "não existe como tal". Denuncia também que a Osakidetza atrasa as cirurgias, no seu caso já com um pre-operatório para uma primeira cirurgia "que nunca chega".

Por estes factos anuncia que entrou numa greve de fome parcial, ingerindo uma única refeição por dia, pois se fizesse jejum total entraria no já referido coma, e reclamando que num prazo de sete dias a chamem do Hospital de Cruces para a cirurgia de aumento de peito e que lhe garantam por escrito a realização da CRS na Comunidad Autónoma Vasca antes de Maio de 2010.

Dirige ainda um pedido ao PSE/EE para que se sensibilize com as reivindicações dos transexuais.

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