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Quarta-feira, 19 Outubro 2011 02:21

POLÓNIA
Anna Grodzka, primeira transexual no parlamento



Eleitores da Polónia elegeram a primeira transexual para o parlamento - Anna Grodzka, de 57 anos, é uma activista e produtora de filmes que se diz preparada para lutar pelas uniões civis de casais do mesmo sexo e pelo financiamento estatal para as cirurgias de correcção de sexo.


A primeira deputada transexual da Polónia afirmou segunda feira que batalhará pela igualdade, pelas minorias sexuais e pelo financiamento estatal para as cirurgias de correcção de sexo.

Anna Grodzka foi eleita a 9 de Outubro como representante da cidade de Cracóvia pelo Movimento Palikot’s, um novo partido de tendência social liberal dirigido pelo controverso magnata Janusz Palikot. Tem recebido uma atenção massiva dos media tanto na Polónia como mundial que tem usado para chamar as atenções para a situação das minorias sexuais de uma polónia católica e conservadora.

Grodzka dirige a Trans-Fuzja, uma fundação que apoia à volta de 1000 pessoas trans na Polónia, e decidiu concorrer ao parlamento para chamar a atenção para a sua missão. Fundada em 2007, a fundação faz lobby por legislação que assegure os direitos trans e oferece ajuda directa aos seus membros. Também tentam aumentar a consciencialização sobre a situação das pessoas trans - E a sua eleição despoletou numerosos programas televisivos sobre o assunto.

“Basta deste encobrimento da verdade”, afirmou a Grodzka à Associated Press esta segunda feira. “Este grupo de pessoas, mesmo que pequeno, tem os seus direitos que devem ser respeitados. Não devem ser empurrados para o esquecimento”.

Grodzka afirmou que chegou a hora da comunidade LGBT desfrutar o direito de ter uniões legalmente reconhecidas, segurança no trabalho, e cirurgias de correcção de sexo financiadas estatalmente -- a sua própria foi feita na Tailândia no ano passado.

Realçou a ironia de ser uma parlamentar eleita por Cracóvia, uma fortaleza da igreja, onde o polaco papa João Paulo II subiu de padre a arcebispo antes de ter sido eleito papa. Hoje existe uma igreja em cada rua.

Em declarações feitas ao portal polaco Gadu-Gadu, Grodzka também declarou planear uma lei semelhante à recente lei australiana que permitirá aos polacos escolherem entre “homem”, “mulher” ou “outro” nos passaportes.

As eleições não alteraram o sentido do governo - a centrista pró-mercado Plataforma Cívica continua a governar sob o comando do primeiro ministro Donald Tusk, que conta com o apoio do rural Partido do Povo da Polónia.

Mas o Movimento Palikot ganhou 40 dos 480 lugares parlamentares transformando-o no terceiro partido mais votado a seguir ao conservador Partido da lei e Ordem - um sinal de que o conservadorismo social já não tem a influência que teve em tempos na política.

Também foi eleito para o parlamento o primeiro deputado assumidamente homossexual, o activista Robert Biedron, para quem estas eleições foram “um sinal de que somos uma nova sociedade agora, mais aberta e tolerante”.

Grodzka afirmou ter recebido imensos gestos amigáveis de apoiantes e somente um telefonema hostil - evidência, segundo ela, de um crescente conforto dos polacos com as minorias sexuais. Apesar do seu partido ser um relativamente pequeno bloco no parlamento, afirma estar preparada para representar os seus constituintes quando entrar em funções a 8 de Novembro.

“Também serei simplesmente eu própria, e demonstrarei que opiniões desfavoráveis sobre mim são injustas”, esclareceu.

Antes da segunda guerra mundial, a polónia era uma sociedade multiétnica habitada por judeus, ucranianos, lituanos, alemães e outros. Mas a seguir ao fim da guerra, ao holocausto e ao recuo das suas fronteiras, tornou-se uma mais homogénea sociedade de maioria católica.

Um grande fluxo social apreceu no entanto em anos recentes, especialmente devido à união europeia ter originado um maior contacto com ideias ocidentais. Muitos jovens polacos viveram por algum tempo em sítios como Inglaterra, regressando com visões reformuladas sobre as minorias sexuais e outras.

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