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Terça-feira, 11 Maio 2010 03:04

EUA
Duas histórias transfóbicas americanas



A 20 de Abril último a activista transexual Autumn Sandeen, juntamente com cinco outros veteranos do exército dos EUA e activistas pelos direitos LGBTTI, algemaram-se lado a lado a um gradeamento da Casa Branca num gesto desafiador para chamar a atenção para a necessidade de se acabar com a política do "Don't Ask, Don't Tell".


Esta política, que pode ser traduzida como "Não perguntes, não digas", é seguida pelo exército dos EUA como forma de impedir a população LGBTTI de servir assumidamente. Como os seus companheiros, ela foi retirada pela polícia e enfiada numa carrinha.

Depois de voluntariamente ter informado as autoridades sobre o seu status transexual, foi-lhe perguntado o nome de baptismo. Isto apesar da sua documentação militar e restante documentação oficial atestarem que o seu nome legal é mesmo Autumn Sandeen. Foi metida numa carrinha com os veteranos masculinos, e durante o acontecimento foi chamada de "impersonator" (algo que em português estará próximo de "imitador", "transformista"). Na documentação da detenção ficou como homem.

Houve então mais um incidente que foi ouvido por duas outras activistas. Um U.S. marshal foi ouvido a dizer, segundo a cabo Evelyn Thomas e a cadete Mara Boyd, "Viram aquela coisa (referindo-se a Autumn)? A lata daquilo estar a usar um uniforme da marinha. Viram o "shim" (mistura de she-ela e him-ele) no uniforme da marinha?"

Esta é a face do ódio. São estas as pessoas para quem aqueles de nós que são transexuais ou transgéneros eventualmente encontram, e a forma como somos tratados quando o verniz da civilização se parte. O nosso género torna-se o assunto de debate aberto, ou então não temos género, uma "coisa" (it) ou um "aquilo" que não merece um tratamento justo e civilizado.

O mesmo tipo de coisa aconteceu recentemente na costa oeste dos EUA. Um transexual masculino (FTM), estudante universitário na California State University, de seu nome Colle Carpenter foi atacado cinco dias antes de Sandeen se ter algemado ao gradeamento. Encontrava-se num WC da cidade universitária quando foi confrontado com o seu agressor, que lhe puxou a camisola para cima da cabeça e cortou a palavra "it" no seu peito. Aparentemente isto fará parte de um mais largo padrão anti-LGBTTI que tem acontecido nas universidades californianas. Este é, no entanto, o primeiro a ser físico.

Mais uma vez a face do ódio mostrou-se como é. O tipo de coisa que alimenta os níveis de violência anti-trans e que pode chegar ao assassínio.

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