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Quinta-feira, 2 Fevereiro 2017 23:55

DINAMARCA
Identidades trans despatologizadas



A 1 de Janeiro de 2017, a Autoridade de Dados de Saúde dinamarquesa aboliu o uso dos códigos de diagnóstico usados para as pessoas trans (F64 "transtornos de identidade de género") e respectivos códigos subjacentes. Muitos transexuais consideravam esta classificação discriminatória.


Um novo conjunto de códigos para tratamentos foram criados num capítulo neutral, onde o transgenderismo deixa de ser considerado como transtorno, disforia ou distúrbio. Estes códigos serão válidos apenas para o país.

Para os defensores dos direitos da comunidade LGBT da Dinamarca, a classificação de doença mental criava uma série de problemas, inclusive para conseguir empregos. Os ativistas também esperam que a mudança diminua o tempo de espera para as cirurgias de correcção de género, que pode demorar de dois a dez anos no país.

“As palavras importam”, afirmou Linda Thor Pedersen, da organização LGBT Denmark. "Foi muito importante que termos como incongruência, distúrbios e problemas tenham sido deixados de fora dos códigos usados pela comunidade médica do país."

"A mudança", diz ela, “torna-a um código em vez de um diagnóstico que possibilitava uma discriminação indirecta.

Apesar de agora na Dinamarca as pessoas trans não sejam consideradas como doentes mentais, o Conselho Nacional de Saúde dinamarquês ainda tem de atualizar o tratamento em congruência com os novos códigos. Presentemente, qualquer tratamento requer uma avaliação psicológica muito longa e esgotante antes de qualquer intervenção médica.

"Ainda há muito trabalho a ser feito, mesmo que nos estejamos a mover na direção certa. É nossa convicção que os cuidados de saúde e o tratamento das pessoas trans deve acontecer com consentimento informado, em vez de avaliações psiquiátricas", afirmou Linda Thor Pedersen.

Por sua vez Søren Laursen, presidente da Federação Nacional LGBT daquele país, em declarações à agência de notícias Ritzau, destacou que a medida "elimina o estigma que existe sobre a saúde das pessoas transexuais".

O Governo dinamarquês declarou ser o primeiro país do mundo a tomar esta medida.

No catálogo de diagnósticos internacional da Organização Mundial de Saúde, a transexualidade ainda é considerada um transtorno de identidade sexual, algo que tem sido muito criticado nos últimos tempos.

DINAMARCA: Identidades trans despatologizadas

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