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Quinta-feira, 27 Setembro 2012 18:41

PORTUGAL
Um resumo do debate sobre o VIH/SIDA no Queer Lisboa 16



A exibição do documentário 'United In Anger: A History of ACT UP' no Queer Lisboa 16, no dia de ontem, 26 de Setembro, foi pretexto para um debate.


A sessão de pergunta-resposta com activistas de "quatro gerações" distintas envolvidos na luta contra a sida e pelo reconhecimento - caro ao ACT UP - da crise da sida como uma crise política cuja linha da frente foi desde sempre a contestação à ganância das multinacionais farmacêuticas, a indiferença social e a negligência estatal face a uma doença que não era possível combater sem fazer a ligação a todas as transformações sociais necessárias: sem reconhecer, por exemplo, que as populações mais pobres, ou não-brancas, eram - e são - as mais desprotegidas pela dificuldade de acesso a cuidados de saúde, ou sem perceber a forma como a discriminação e a negligência se dirigiam contra grupos particulares já desfavorecidos, como as mulheres, a população LGBT, utilizadores de drogas ou os imigrantes.

Maria José Campos (Médica) ; Pedro Silvério Marques (Centro Antidiscriminação VIH/Sida) ; Sérgio Vitorino (Activista LGBT do movimento Panteras Rosa - Frente de Combate à LesBiGaytransfobia) e Ricardo Fuertes (CheckpointLX) foram questionados sobre o "silêncio" de ontem e de hoje em torno da temática, as resistências existentes em sectores do movimento LGBT ao repegar decisivamente na temática da prevenção e lidar de frente com os números que indicam uma subida exponencial dos casos de novas infecções pelo VIH na comunidade, mas também por outras DST's como a sífilis, ou sobre a perda relativa de influência da Igreja e a sua derrota na guerra que ainda hoje a sua hierarquia trava contra a utilização do preservativo como meio eficaz de protecção.

A conversa acabou por recair sobre a situação actual em Portugal, o contexto de ataque generalizado ao Sistema Nacional de Saúde e a urgência de agir face às ameaças de recuo civilizacional decorrentes do memorando da troika e de que se começam a viver os efeitos, com a bem sucedida campanha de troca de seringas nas farmácias (uma das iniciativas mais responsáveis pela diminuição das taxas de novas infecções em Portugal) hoje em risco de terminar, com a distribuição gratuita de preservativos a ser actualmente cada vez mais racionada, ou os tratamentos para os doentes seropositivos ou portadores de cancro a serem vergonhosamente colocados em causa pelas políticas de austeridade."

SV

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