Um jornal ugandês publicou com a manchete “Expostos” uma lista de nomes e algumas fotografias de pessoas alegadamente homossexuais.
O jornal Red Pepper, replicou uma ação que um outro jornal já desaparecido fez em 2011. Nessa publicação de 2011 o jornal divulgou fotos de alegados homossexuais com a manchete “Enforquem-nos”. Algum tempo depois dessa publicação o conhecido ativista pelos direitos das pessoas LGBT ugandês David Kato foi assassinado.
Jacqueline Kasha, ativista lésbica diz twitter: "a caça ás bruxas pelos media está de volta" fazendo assim um paralelo entre a publicação de 2011 e a de agora.
Muitos tem sido os reflexos internacionais e que o PortugalGay tem feito referência, a esses junta-se agora o secretário de estado John Kerry que convidou o governo dos EUA a "fechar a torneira" no apoio financeiro prestado por Washington a este estado do leste africano.
Navi Pillary, do alto comissariado da ONU para os direitos humanos, disse que a lei é o institucionalizar da discriminação e que tal poderá incentivar o assédio e a violência sobre as pessoas homossexuais.
Desde que a lei foi aprovada houve algumas detenções mas mesmo antes da assinatura do presidente Museveni houve duas pessoas que ficaram sob custódia, segundo o porta-voz da polícia Patrick Onyango. Os ativistas contam pelo menos seis presos e dezenas terão fugido do país desde Dezembro.
Yoweri Museveni, presidente do Uganda, continua a rejeitar todas as críticas dizendo tratar-se de uma ingerência ocidental nos assuntos internos do Uganda. Disse ainda em tom de acusação, haver "grupos ocidentais arrogantes" a tentarem "recrutar" crianças ugandesas para a homossexualidade.
A novela triste das pessoas LGBT no Uganda e do seu presidente promete não ficar por aqui, alguns ativistas apoiados por advogados pretendem levar esta lei aos tribunais com base na presunção da sua inconstitucionalidade.
Entretanto começam a aparecer cada vez mais indícios que alguns grupos religiosos cristãos norte-americanos poderão ter estado relacionados com esta vaga legisladora homofóbica e assim reavivar e agravar uma legislação originalmente introduzida durante o domínio colonial britânico. Aparentemente este país de 35 milhões de habitantes e uma diversidade étnica e cultural impressionante tem alguma dificuldade em ultrapassar esta questão dos direitos das minorias sexuais e também em sair da situação em que mais de 1 em cada 3 cidadãos vivem com menos de 1 euro por dia.