Segundo esse relatório, nesse ano deram entrada nos hospitais 1.019 casos de aborto "fora do quadro legal", ou seja clandestinos, devido a complicações. Porém, de acordo com os mesmos dados, o real número de abortos ilegais praticados em Portugal é "desconhecido", uma vez que nos hospitais apenas dão entrada os casos com complicações. Durante o seminário, promovido pelo Instituto Português da Juventude, foi referido também um relatório publicado no ano passado pelo ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão) que concluiu que "não há dados sobre a realidade do aborto" e sobre as "práticas sexuais em Portugal". O relatório salienta que "o número de abortos clandestinos em Portugal permanece uma incógnita" e que "são vários os números apontados, mas a verdade é que não há estudos a nível nacional que dêem a conhecer com fiabilidade e rigor a realidade do aborto em Portugal". Além disso, "há raros estudos de índole académica" sobre o assunto, refere ainda o relatório. A inexistência de dados relativos às práticas sexuais começa logo na educação sexual, uma vez que - segundo o Instituto - "não foi possível ao Ministério da Educação comunicar ao ISEG, em tempo útil, o estado e avaliação da educação sexual nas escolas, assim como o resultado dos protocolos" entre o Ministério e entidades como a Associação para o Planeamento da Família ou a Fundação Portuguesa da Comunidade da Luta Contra a Sida.
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