O percentual de pessoas que não querem um homossexual como vizinho é maior entre os homens, com 54,2%. Já entre as mulheres o número cai para 40,1%.
A pesquisa, realizada com uma amostra de 10.010 jovens de todo o Brasil, aborda também como os homossexuais são tratados nas escolas e o despreparo dos professores para lidar com a diversidade sexual na sala de aula. Esse tema já é abordado em outra pesquisa da Unesco sobre o perfil dos professores brasileiros, a qual aponta que o despreparo chega a 59.5% dos entrevistados.
"Desde que fizemos a primeira pesquisa sobre violência entre jovens, há nove anos, encontramos uma situação de homofobia muito intensa, e por isso fomos aprofundando essa questão. Os dados mostram como essa questão é importante e não é secundária. Ela faz parte de um contexto de diferentes violências que existem na sociedade. Esse quadro aparece também na escola, mas ela, que poderia ajudar a superar, finge que nada está acontecendo", afirmou a pesquisadora Miriam Abramovay, secretária-executiva do Observatório.
Abramovay ressalta que a culpa não é somente dos professores, mas também das faculdades de educação que não os preparam para discutir a diversidade nas escolas. "Nossa sociedade é homofóbica. Tenho certeza de que professores e alunos apenas reproduzem esse quadro. No caso dos professores, é preciso lembrar também que o tema da diversidade é muito pouco discutido nas faculdades de educação. Eles são formados apenas para serem professores de português ou matemática", concluiu.