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Segunda-feira, 26 Março 2007 20:04

PORTUGAL
Doação de sangue - homossexuais sentem-se discriminados um ano após alteração da lei



Um ano depois de ter sido alterada a lei que impedia os homossexuais de darem sangue, o fundador da Opus Gay revelou que a associação continua a receber queixas relacionadas com discriminação nas dádivas de sangue.


António Serzedelo disse que as queixas apresentadas naquela associação foram apresentadas por homossexuais que viram recusada a sua intenção de doar sangue, apesar da alteração legislativa introduzida a 24 de Março de 2006.

"As mentalidades não se mudam num ano e por lei", lamentou o responsável, que considera que "a lei que perdurou era de uma homofobia latente, que ao proibir os homossexuais de dar sangue era como dizer que o seu sangue era diferente ou doente".

Para Serzedelo, a aplicação das leis em Portugal depende dos "estados de alma, sobretudo, em questões fracturantes como a do sangue ou uniões de facto". "A aplicação da lei depende de onde e de quem recolhe o sangue", sublinhou

No último ano chegaram à Opus Gay algumas queixas de homossexuais que continuam a sentir-se "humilhados" pelas perguntas colocadas e pelas recusas de dar sangue devido à sua orientação sexual.

"A maior parte das vítimas homofóbicas não fazem crescer as suas queixas por falta de disponibilidade ou dinheiro e para não se exporem", explicou. Para ultrapassar a situação, Serzedelo defendeu que tem de "haver uma educação a grande nível da enfermagem comunitária" para se ultrapassarem os preconceitos.

Na véspera do Dia Nacional do Dador de Sangue, o presidente do Instituto Português de Sangue, Gabriel Olim, recordou que os dadores são todos voluntários e que os serviços fazem escolhas com base em comportamentos de riscos, quer entre homossexuais quer entre heterossexuais.

Olim defendeu que a responsabilidade começa no próprio dador, pelo que aconselhou a auto-exclusão de indivíduos com comportamentos de risco, quer a nível sexual quer relacionados com consumo de drogas ou de medicamentos.

Viagens para zonas de risco de endemias também são factores de exclusão de dadores, referiu o dirigente, lembrando a sua própria experiência: "depois de viajar para África estive cerca de um ano sem poder dar sangue".

"A principal prioridade é respeitar a tranquilidade do doente, que recebe o sangue e que tem de confiar plenamente que está a receber sangue seguro", concluiu.

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