O arcebispo Myers exortou os seus fiéis católicos a votarem nas próximas eleições nos EUA no sentido do candidato cuja posição política e social não "comprometa a vida", numa clara referência ao aborto e, à família dita tradicional por oposição à igualdade no casamento para gays e lésbicas.

Interrogado, Myers disse, não estar a fazer politica, ou campanha, apenas baseou as suas declarações observando o “espectro” de cada candidato, incluindo as suas posições sobre o aborto e o casamento.

A questão colocou-se uma vez que anteriormente outros clérigos foram repreendidos por fazerem “campanha” nos púlpitos das suas paróquias. No Illinois um bispo católico chegou a comprar Obama, com Adolfo Hitler e Stalin.

As posições dos candidatos

Convém recordar que Barack Obama defendeu publicamente o reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo em Maio, embora tenha sido tímido em tomar medidas efectivas para a alteração da lei federal. Uma das suas primeiras medidas como presidente foi permitir o apoio federal a organizações de realizem aconselhamento relativamente à interrupção voluntária da gravidez.

Por outro lado o candidato democrata Mitt Romney tem defendido desde 2005 uma posição contra a legalização da Interrupção Voluntária da Gravidez excepto em situações pontuais e tem defendido que a legislação deve ser decidida a nível estadual e não federal. Também se manifestou claramente não só contra o casamento civil para gays e lésbicas como também contra outras formas de reconhecimento das relações entre pessoas do mesmo sexo como as uniões civis.

O que é campanha eleitoral?

Segundo os órgãos reguladores dos EUA, Myers não ultrapassa, nas suas declarações, a linha que separa uma opinião neutra daquela que pode ser considerada campanha, uma vez que não cita em nenhuma ocasião qualquer um dos candidatos.

Já o deputado de New Jersey, John S. Wisnewski, considera que a altura destas declarações é “…uma infeliz coincidência no tempo.”