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Quarta-feira, 25 Abril 2007 12:32

PORTUGAL
Gays continuam sem poder doar sangue



Continua a ser negado aos homossexuais a possibilidade de doar sangue, apesar de os critérios definidos em 2006 pelo Instituto Português do Sangue (IPS) defenderem que ninguém pode ser excluído da doação de sangue com base na sua orientação sexual.


A acusação parte do Bloco de Esquerda, que garante que tem «recebido queixas de cidadãos homossexuais que não conseguem doar sangue».

A título de exemplo, o deputado João Semedo, que entregou esta terça-feira um requerimento ao ministro da Saúde questionando o Governo sobre a questão, conta uma situação «verificada ainda no mês de Abril no Hospital de Santo António, no Porto, em que um cidadão foi impedido de dar sangue apenas pelo facto de ser homossexual».

«Para além disso, foi-lhe ainda comunicado pelo médico que apenas os homossexuais masculinos estariam impedidos de dar sangue, o mesmo não se verificando com as mulheres na mesma situação», explicita o deputado no requerimento entregue a Correia de Campos.

«Posteriormente, tendo-se deslocado ao IPS do Porto, foi-lhe comunicado que a questão ainda não estava resolvida, continuando todos os homossexuais legalmente impedidos de doar sangue», relata o representante do BE.

O deputado não hesita em apontar o dedo: «Anos e anos depois de todos os organismos internacionais realçarem que não existem grupos de risco mas comportamentos de riscos, uma parte do Sistema Nacional de Saúde continua a discriminar os homossexuais masculinos associando-os um comportamento sexual de risco e à propagação de uma doença sexualmente transmissível».

«Ou não receberam informação, ou fazem orelhas moucas»

«Também continuamos a receber queixas por este tipo de descriminação», disse ao PortugalDiário António Serzedelo, fundador da Opus Gay e presidente da Associação Vidas Alternativas.

E também relata um exemplo: «Há cerca de seis meses, na área da Grande Lisboa, um homossexual foi descriminado e humilhado quando tentou doar sangue numa daquelas carrinhas do IPS que andam pelo país a fazer recolha. A funcionária ralhou mesmo com ele e gritou-lhe coisas como: 'Não sabe que não pode doar sangue. Devolva-me já os papéis'».

«Acredito que este tipo de descriminação está a acontecer menos, mas continua a acontecer», disse ao PortugalDiário Serzedelo, que classifica de «excelente» a iniciativa do deputado do BE. «Estas pessoas ou não receberam a informação, ou fazem orelhas moucas porque têm preconceitos».

O fundador da Opus Gay diz que «muita gente continua a acreditar que a homossexualidade é uma doença e, por isso, é contagiosa», e defende que «se calhar, estes funcionários precisam de ser reciclados».

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