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Domingo, 25 Janeiro 2004 00:58

ÁUSTRIA
Católicos Fundamentalistas Austríacos Adeptos de Seminários para "Curar" Homossexuais



A homossexualidade é uma doença curável e, com a ajuda do Espírito Santo, as suas vítimas podem reencontrar as suas verdadeiras identidades.


Esta é uma crença de cristãos fundamentalistas austríacos que organizam seminários para trazer "saúde" e "salvação" aos homossexuais, sob a vigilância bem intencionada dos conservadores da hierarquia católica. Estes seminários são organizados por Living Waters, proveniente da organização americana "Deser Tream", fundada por um adepto dos movimentos "ex-gay", Andrew Comiskey, que prega a sua via para "sair da homossexualidade". Depois de terem participado nos encontros durante três meses, uma noite por semana, dois estudantes contaram a sua experiência à revista "gay" "Lambda Nachrichten" e ao semanário "Profil". Agora recusam-se a falar mais à imprensa, com medo de represálias. O sexólogo Dieter Schmutzer, que os seguiu e condenou categoricamente os métodos "pseudo-terapêuticos" empregues, fala por sua vez de "lavagem ao cérebro digna de uma seita" e com consequências potencialmente desastrosas. Os animadores dos seminários - muitas vezes antigos "doentes" curados - não têm formação particular, à excepção de um estágio em casa de Living Waters, que os designa como "capelães laicos". Estes seminários não se dirigem apenas homossexuais, mas a todos aqueles que "sofrem de conflitos ligados ao sexo: vítimas de abuso, de obsessões e de problemas heterossexuais", diz a brochura de Living Waters. Os participantes são repartidos em pequenos grupos de uma dúzia de pessoas no máximo e há dois animadores, com quem se canta e reza. Depois, homens e mulheres são separados e falam das suas experiências. A "cura" recorre a velhos "clichés" como: o teu pai era bêbado e não conseguiu assumir o seu papel de modelo viril; a tua mãe, demasiado forte, batia-te. É proibido às pessoas verem-se fora dos seminários. Como um único estágio não é suficiente para assegurar a "cura", os participantes são convidados a desembolsar 120 euros por 12 sessões de três horas. Na Aústria, Living Waters beneficia do apoio explícito do bispo auxiliar de Salzburgo, o muito conservador Andreas Laun. É considerado um dos elementos da Igreja Católica austríaca que combatem mais activamente os militantes homossexuais, não hesitando a compará-los a lobos a atacar um rebanho. A posição da Igreja é ambígua: o arcebispo de Viena, cardeal Christoph Schönborn, que chegou a nomear um capelão para os homossexuais, diz-se muito céptico a propósito destes programas de "cura". Mas recebe regularmente alguns animadores de Living Waters.

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