Segundo ele, a justificação para os gritos de “bicha” da ameaça que as identidades LGBT põem à “masculinidade hegemónica” no futebol. Segundo ele “Colocar a homofobia como cómica é jogar a homossexualidade no registo da ficção. Negando que há atletas gays, tenta-se ignorar as alternativas de existência que eles colocam ao universo segregador do género que é o desporto.” E defende que este processo é similar ao que acontece com o racismo.
O investigador afirma que a instituição do desporto é, por norma, segregadora a partir de vários critério, como idade, género, entre outros, sendo que a homofobia é algo relativamente novo. Isso deve-se ao espaço de visibilidade que a homofobia têm ganho nos últimos tempos, com atletas gays a assumirem a sua homossexualidade publicamente.
Numa entrevista ao jornal “A Folha De São Paulo”, Wagner Camargo afirma também que não acredita que a homofobia em contexto desportivo seja maior que noutros contextos, mas sim que é equivalente à homofobia a nível religioso ou militar, só que a sua visibilidade é maior.
Para os investigadores da área não existe uma fórmula para subverter as lógicas da discriminação. Atualmente Wagner Camargo está a estudar as proliferação de claques desportivas homossexuais, e a forma como estão a criar espaços para si dentro de um ambiente hostil.