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Domingo, 24 Julho 2005 00:59

TEATRO
O crime de Laramie em cena no Porto



A peça Laramie estreou-se ontem na Academia Contemporânea do Espectáculo (ACE), no Porto, sob a direcção dos conceituados Diogo Infante e Marco d"Almeida, mais conhecidos pelos seus trabalhos de intérpretes.


A acção da peça decorre na pequena cidade de Laramie, no Wyoming, EUA, e baseia-se na história verídica de Matthew Shepard, um jovem homossexual brutalmente espancado e abandonado à morte no deserto por dois rapazes seus conterrâneos. É o ponto de partida para uma análise sociológica dos crimes de ódio em pequenas comunidades, feita pelos finalistas da Escola de Teatro da ACE.

Diogo Infante assume a importância do episódio de Laramie por se tratar de "uma história que podia ter acontecido em qualquer lugar do mundo". Segundo o encenador, "o que aconteceu a Matthew Shepard acabou por ser um pretexto para sensibilizar as pessoas e discutir os crimes de ódio na nossa sociedade".

Encenada de uma forma que a aproxima de um trabalho documental adaptado ao teatro, a peça é uma reposição da ideia original de Moises Kaufman, intitulada The Laramie Project. O dramaturgo e a Tectonic Theatre Company instalaram-se durante um ano em Laramie, procurando "mergulhar" no universo que envolveu o crime convivendo e entrevistando os habitantes locais.

"Aparentemente, vivemos numa sociedade que se acha tolerante", diz Diogo Infante, justificando a relevância da peça no panorama português actual, "mas, por vezes, reagimos de forma violenta a determinadas situações. Nesse sentido, é possível estabelecer um paralelismo entre o que se passou nos EUA e a nossa sociedade". Marco d"Almeida reitera esta posição: "Depois do 11 de Setembro e da guerra do Iraque, queríamos fazer uma peça que tivesse a ver com a guerra. Laramie fala-nos do que leva alguém a odiar".

Falando do facto de estar no papel de encenador e não de actor, Diogo Infante diz: "É um papel que faço de vez em quando, e gosto muito. Agrada-me poder ajudar jovens actores a encontrarem o seu caminho, e é para isso que servem as escolas de teatro". Ambos os encenadores concordam, contudo, que dirigir um grupo de jovens se apresentou como um desafio, mas o resultado foi positivo: "Estamos contentes com o resultado. Foi muito estimulante trabalhar com jovens tão disponíveis e generosos".

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