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Segunda-feira, 24 Abril 2006 17:25

PORTUGAL
Quase metade das conversas nos chats acabam em cibersexo



Desengane-se quem julgar que fazer sexo através Internet é só coisa que atraia meia-dúzia de pessoas mais acesas, especialmente homens. Não é. Quase metade dos portugueses que participam nos chats de interesse geral mais populares admitem recorrer ao cibersexo e, desses, 44,2% são mulheres.


A constatação, resultado de um aturado trabalho de investigação, valeu à sua autora a aprovação com louvor e distinção na defesa do doutoramento em Salamanca, Espanha, na semana passada. E revela um Portugal que inequivocamente está a mudar.

A Internet, concluiu a psicóloga clínica e sexóloga Ana Carvalheira, "é uma forma de encontro com cada vez maior importância social". E é sobretudo olhada como fonte onde se vai buscar um/uma parceiro/a para "integrar na vida offline". Senão, veja-se 56,2% dos inquiridos que já participaram em cibersexo concretizaram o encontro sexual. "Sem diferenças entre sexos".

O estudo "Formação de relações e comportamentos sexuais através da Internet" contou com a participação de 1266 pessoas, todas participantes em chats portugueses, metade de cada sexo, prova de que, afinal, "essa coisa de que são mais os homens que visitam chats não é bem assim". São tantos homens quantas mulheres, com uma média de idades à volta dos 30 anos, mas com participantes bem acima dos 60, garante a sexóloga.

À hipótese inicial - será a Internet um meio válido para iniciar relações? - Ana Carvalheira parece ter encontrado resposta positiva. Três quartos dos respondentes disseram ter já mantido relações de amizade ou amorosas na Internet. Desses, 83% chegaram ao estádio de relações íntimas, que se caracterizam por comunicação frequente e sentimento de atracção num contexto de intimidade. E 82% resolveram dar o passo "offline".

Conclusão curiosa é a de que, afinal - e apesar da especificidade do meio virtual -, os ciberflirts parecem gerir-se pelas mesmas motivações que o velho namoro. O que mais se valoriza no candidato a amigo, colorido ou não, é o sentido de humor, a inteligência, os interesses em comum, a compreensão. Mais adiante aparecem o estilo de escrita e a escolha do nickname (alcunha virtual).

Dividindo a coisa por géneros, encontra-se a repetição dos "estereótipos" da vida real. As mulheres são atraídas pela inteligência, pelo suporte emocional que encontram do lado de lá do teclado e pela escrita. Já os homens - não há volta a dar-lhe - querem é saber de idades, aparência física (depois da troca de fotos) e preferências sexuais em comum...

Firmado o contacto, a maioria depressa se deixa de contentar com o carácter platónico da relação. E se nem todos conseguem, na grande maioria das vezes é porque existe um claro problema de distância (em 70% dos casos que não passam da Internet). No resto do tempo, é por duas razões de força maior ainda o casamento (real) dos namoradeiros e o medo de sofrer desilusões.

A segunda linha da tese de Ana Carvalheira era bastante mais directa. Tratava-se de perceber o que os portugueses entendem por cibersexo, com que motivação se entregam a ele, quem o faz e como. A pergunta era clara manteve com alguém uma comunicação de conteúdo erótico com objectivo de conseguir excitação e satisfação sexual em tempo real?

Mais de 41% responderam inequivocamente que sim. Mais 55,2% dedicam ao sexo virtual uma hora por semana; 7,9% mais de uma hora diária; e 2.5 % mais de seis horas por dia. E, para mais de metade de todos estes, a relação torna-se tão intensa que é transposta para lençóis de algodão. Mas, se se aguenta ao longo do tempo em 60,9% dos casos, para 1,7% o encontro carnal acaba por terminar o idílio virtual

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