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Quarta-feira, 24 Janeiro 2007 12:33

REINO UNIDO
Anglicanos apóiam católicos em discriminação sobre adoções por homossexuais



A Igreja Anglicana apóia a hierarquia católica do Reino Unido num braço-de-ferro com o Governo trabalhista em torno de uma lei que proíbe discriminar os casais homossexuais que desejam adoptar uma criança, segundo uma carta divulgada pela imprensa britânica.


Os arcebispos de Canterbury e York se solidarizaram com o primaz católico, o cardeal Murphy O'Connor, depois que este escreveu uma carta a todos os membros do Governo trabalhista explicando que a Igreja Católica não pode admitir que as agências de adopção católicas sejam obrigadas a aceitar os casais homossexuais.

O'Connor advertiu os ministros de que as doze agências católicas de adopção teriam que ser fechadas se forem forçadas a cumprir, contra a consciência de seus responsáveis, a nova lei de igualdade, que deve entrar em vigor em abril.

O primaz anglicano e arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, e seu colega de York, o ugandense John Sentamu, afirmam em sua carta de solidariedade, publicada no jornal "The Times", que "os direitos de consciência (do indivíduo) não podem estar submetidos a uma determinada legislação".

Os dois prelados advertem do risco de que se acabe criando "um clima no qual alguns possam argumentar, por exemplo, que certos membros do Governo não estão capacitados para exercer um cargo público por sua simples filiação religiosa".

Segundo William e Sentamu, "muitos que trabalham como voluntários se dedicam ao serviço público por obedecer a suas consciências".

A intervenção dos dois hierarcas anglicanos representa uma nova pressão sobre o Governo de Tony Blair em um assunto extremamente delicado.

Se Blair ceder às pressões, se expõe a acusações de grupos de pressão homossexuais e de muitos membros de seu próprio Governo de que é uma "marionete do Vaticano", afirma o jornal.

Por outro lado, se apóia os grupos homossexuais e seus próprios correligionários, maioritariamente favoráveis à lei, arrisca-se a perder o apoio de milhares de eleitores católicos.

A ministra da Igualdade do Governo trabalhista, Ruth Kelly, católica e membro do Opus Dei, é o membro do gabinete que lidera o movimento para que as agências de adopção da Igreja estejam isentas de cumprir a Lei de Igualdade de 2006.

No entanto, outros ministros e dirigentes do partido querem que a lei seja válida para todos, entre eles o líder dos Comuns, Jack Straw; a ministra de Cultura, Tessa Jowell; o responsável para a Irlanda do Norte, Peter Hain; e o do Meio Ambiente e Assuntos Rurais, David Miliband.

Os que defendem a lei argumentam que as agências de adopção, que exercem um serviço público e se beneficiam do apoio estatal, devem acatar as leis como os demais.

Segundo esses grupos, o Governo não pode aceitar em nenhum caso a chantagem dos católicos e ceder, como fez já na questão das escolas confessionais. O Governo não conseguiu obrigar estes centros a reservarem 25% de suas vagas a crianças de outra fé religiosa.

No entanto, acredita-se que Blair simpatiza com a posição dos bispos e está disposto a chegar a algum acordo. O primeiro ministro é anglicano, mas é casado com uma católica e muito próximo a esta religião.

Segundo o jornal "The Independent", alguns membros do Governo culparam em privado a esposa de Blair, Cherie Blair, da divisão existente dentro do Gabinete em torno desse assunto.

A esposa do primeiro-ministro é uma católica praticante e circularam rumores de que o próprio Blair pode se converter ao catolicismo quando deixar o cargo.

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