Ao que o JN apurou, os suspeitos são internos das Oficinas de S. José - instituição que acolhe crianças e jovens em risco -, conheciam o travesti e costumavam provocá-lo. No dia do crime, terão agredido a vítima a soco e pontapé e com pedras. O JN sabe ainda que um dos jovens terá confessado tudo a um docente.
O alerta para o cadáver foi dado, ao início da tarde de ontem, através do 112. Quando Albino Ribeiro, mergulhador do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, desceu ao fundo do fosso, com cerca de três metros de água, deparou-se com o corpo a boiar de bruços, com as calças desapertadas e baixadas. De acordo com o mergulhador, a vítima tinha escoriações nas nádegas. Os sinais de decomposição do cadáver indiciavam que o homem teria morrido há dois ou três dias.
O buraco onde o sem-abrigo foi encontrado encontra-se na cave de um edifício inacabado há vários anos, junto ao Hotel Vila Galé. Parte da estrutura serve de parque de estacionamento e de local para prostituição e toxicodependência. De resto, nos recantos do imóvel eram visíveis preservativos e seringas entre o lixo espalhado.
O prédio não passa de um esqueleto de cimento, com os alicerces à mostra, paredes cheias de grafitos e barras de metal a servir de vedação. A passagem para a cave, onde está o enorme fosso sem qualquer tipo de protecção, só é possível a pé, por um caminho de difícil acesso, o que complicou a operação de resgate que demorou cerca de cinco horas.
Os bombeiros depararam-se ainda com outras contrariedades o terreno irregular e escorregadio em volta do poço complicou a operação e a falta de luz no local obrigou ao recurso a um gerador. O mergulhador teve de descer ao poço com a ajuda de uma corda suspensa num tripé montado sobre o buraco.
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