Este sexta feira o presidente Barack Obama declarou que "as pessoas LGBT são dotadas de" o que ele chamou de "direitos inalienáveis", numa clara uma alusão à famosa linguagem da Declaração de Independência, mas omitiu a palavra "Criador" usada no referido texto histórico.
A declaração de 17 de junho foi uma resposta à resolução da ONU sobre direitos humanos, orientação sexual e identidade de género.
O texto do Presidente diz que a declaração da ONU é "um marco significativo na longa luta pela igualdade, e o início de um reconhecimento universal de que as pessoas LGBT são dotadas com os mesmos direitos inalienáveis - e com direito à mesma proteção - como todos os seres humanos".
A Declaração de Independência dos Estados Unidos da América diz: "Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão Vida, Liberdade, e a busca da Felicidade."
Esta é a terceira vez que o presidente usa a linguagem da Declaração de Independência removendo a referência ao Criador este ano.
Num discurso de 14 abril para a Comissão Nacional Democrata em Chicago, o presidente disse: "É um facto de que somos capazes de manter duas ideias juntas, ao mesmo tempo: primeiro, que somos todos pessoas dotadas de certos direitos inalienáveis e liberdades. "
Em 19 de maio, num comentário que fez na Casa Branca sobre os acontecimentos no Médio Oriente e na África do Norte, Obama também excluiu a palavra "Criador", enquanto diretamente citando a Declaração.
E também o fez algumas vezes no ano passado, num país com um significativo preconceito relativamente ao ateísmo nos políticos. Numa sondagem da Gallup divulgada esta semana, 33% dos inquiridos votariam numa pessoa competente que fosse homossexual, 22% votariam numa pessoa que fosse Mormom, e menos de 50% votariam em alguém que fosse abertamente ateu. Por contraponto atributos como cor da pele ou ser mulher apenas fizeram 5% pensar num não voto.