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Quinta-feira, 18 Setembro 2003 00:59

PORTUGAL
Presidente da Opus Gay bloqueia representação LGBT



Num expoente das já conhecidas tensões entre a associação Opus Gay e as restantes associações e colectivos do movimento lgbt português, o presidente daquela organização, António Serzedelo (ver foto), vetou a inclusão da activista lésbica Fabíola Cardoso entre os possíveis oradores portugueses no Fórum Social Europeu (FSE), que se realizará em Paris em meados de Novembro.


Numa reunião preparatória do Fórum Social Português (FSP) realizada no passado dia 15 de Setembro na sede da CGTP, para consensualizar as propostas portuguesas para o programa do FSE, António Serzedelo causou polémica ao opor-se à possibilidade de a dirigente do Clube Safo ser uma das oradoras em Paris, na conferência central sobre os temas lgbt, argumentando que tal proposta "não foi consensualizada com a Opus Gay". Como habitual, nas reuniões do FSP, um mero veto é suficiente para bloquear as decisões, visto que não existem votações mas procuras de consenso. Curiosamente, a Opus Gay tinha já apresentado previamente várias propostas de oradores e subscsrito outras tantas, sem qualquer tentativa de coordenação junto das restantes associações lgbt. Fabíola Cardoso tinha sido proposta - em coordenação com a rede lgbt europeia ligada aos Fóruns Sociais Europeus - por outros colectivos LGBT portugueses, nomeadamente a associação de Coimbra Não Te Prives, que pretendia fazer aprovar o nome de alguém do movimento lgbt por parte dos outros movimentos sociais portugueses: na reunião estavam presentes desde sindicatos, associações ambientalistas, associações culturais, até associações socio-profissionais, de cooperação , de desenvolvimento local ou de Direitos Humanos. A representação lgbt portuguesa nas conferências centrais em Paris conta agora com a única esperança de Fabíola Cardoso ser proposta e aprovada pelos movimentos sociais franceses, por sugestão das associações lgbt locais, que tomaram conhecimento do caso. A atitude do presidente da Opus Gay deixou, porém, perplexos, vários activistas da rede lgbt europeia. Esta rede informal, constituída com base nas associações e colectivos lgbt de cerca de 15 países europeus que estiveram ligados ao processo do Fórum Social Europeu em 2002, é um espaço de debate integrado por várias associações portuguesas, entre as quais a ILGA Portugal, Clube Safo, Não Te Prives, PortugalGay.PT ou o Grupo Oeste Gay. Esta rede de contactos que tem servido de suporte à preparação do Fórum Social Europeu pelas associações lgbt, é também composta por variad@s activistas, colectivos, associações e federações lgbt francesas, espanholas, gregas, eslovenas, croatas, britânicas, alemãs, italianas, turcas, holandesas e de outras proveniências. A proposta da referida conferência central - bem como da inclusão, nela, de Fabíola Cardoso - resultou do debate internacional entre estas organizações, mas tem enfrentado dificuldades em cada um dos países de origem dos oradores propostos, onde quotas-limite de oradores definidas por país não têm incluído as propostas lgbt, numa demonstração de que muitas vezes os restantes movimentos continuam a considerar secundários estes temas. Ironicamente, em Portugal, onde a proposta de uma oradora lésbica era pacífica junto dos restantes parceiros, e ao contrário de tudo o que se podia esperar, a proposta acabou bloqueada por uma associação gay. [Mais informações sobre este caso em: www.portugalgay.pt/politica/ ]

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