Valerie Delpech da Agência de Proteção de Saúde apresentou esta conclusão numa reunião da IAPAC (International Association of Physicians in AIDS Care) que decorreu a semana passada em Londres.
Segundo Delpech o bom acesso aos anti-retrovirais no Reino Unido não levou a uma redução de novas infecções. "Isto é devido à fração não diagnosticada, especialmente homens, na infecção primária", disse.
Delpech sugeriu que a situação no Reino Unido fornece informações úteis sobre o que é possível quando os outros países ampliarem o acesso a tratamento anti-retroviral, eventualmente motivados por considerações de "tratamento como prevenção".
No Reino Unido, o sistema de saúde disponibiliza acesso gratuito a tratamento e medicação, e mais de 95% das pessoas diagnosticadas com VIH são seguida com cuidados especializados no prazo de três meses. Além disso 87% das pessoas com uma contagem de células CD4 inferior a 350 células/mm3 estão em tratamento anti-retroviral. Poucos países têm resultados comparáveis nesta área.
A área na qual o Reino Unido não aparece bem no panorama internacional é no teste e diagnóstico. Aproximadamente um quarto das pessoas que têm VIH não são diagnosticados e metade das pessoas com HIV são diagnosticados tardiamente, quando já precisam de tratamento contra o VIH. Estes números não mudaram muito na última década.
Estima-se que apenas 15 a 25% dos homens que têm sexo com homens fizeram um teste de VIH num período de 12 meses.
E esta falta de diagnóstico leva a que os estudos não apresentem reduções na infecção do VIH nos homens que têm sexo com homens no Reino Unido, sendo que cerca de 2000 a 3000 nova infecções ocorrem a cada ano.
Os especialistas apresentaram também modelos que indicam que o preservativo continua a ser uma arma fundamental para a prevenção da epidemia, mas aumentar o número de testes parece ser um problema difícil de ultrapassar.
Segundo Valerie Delpech, o Reino Unido tem um "excelente atendimento, mas se não fizermos alguma coisa sobre a fracção não diagnosticada, e se não continuarmos a investir na prevenção primária, eu não acho que nunca iremos eliminar completamente o VIH do Reino Unido", disse.
via www.aidsmap.com