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Quinta-feira, 15 Julho 2004 00:57

SIDA
Burocracia É Um dos Maiores Obstáculos no Combate à Sida



A história é exemplar: o Brasil quis doar medicamentos genéricos de combate à sida a cinco países africanos, mas só Moçambique conseguiu desbloquear a situação para receber os fármacos.


Para Maria José Campos, representante da Abraço presente na 15º Conferência Internacional sobre Sida, que decorre até amanhã na Tailândia, este é um de muitos exemplos em que a burocracia limita o combate à sida. A meta assumida pelas Nações Unidas de fazer chegar medicamentos a três milhões de pessoas até 2005 "não é sequer muito ambiciosa, parecia ser possível", refere a responsável da organização não governamental portuguesa. Mas exemplos como o do Brasil, país que não pode exportar genéricos e que por isso quis doá-los mas não conseguiu, é paradigmático. "Aqui nem sequer se coloca a questão do preço", "é uma iniciativa que iria fazer chegar medicação a centenas de pessoas", junta Maria José Campos, uma das cercas de 17 mil participantes no evento, entre investigadores, políticos, activistas e até actores de cinema. "Moçambique foi o único país que conseguiu cumprir todos os trâmites legais para a doação", diz. São impedimentos de ordem burocrática, tanto a nível global como nacional, que bloqueiam iniciativas da Organização Mundial de Saúde, da Unicef, do Fundo Global de Luta contra a Sida, a Tuberculose e a Malária, critica. "Sem o envolvimento directo dos governos e sem desburocratização" poucas metas podem ser alcançadas. Mas a médica afirma que esta conferência é marcada positivamente pelo envolvimento de muitos governos que se fizeram representar pelos mais altos dirigentes; não foi o caso de Portugal, nota. "A questão principal na cimeira é a liderança." Ao encontro, a Abraço levou o projecto de prevenção de HIV/sida nas escolas, que tem no terreno há 12 anos, e uma proposta de trabalho naquela que deve ser uma nova prioridade em Portugal: "O combate ao estigma e à discriminação no local de trabalho." A Abraço pretende sensibilizar deputados, líderes das empresas e centrais sindicais. A questão é ainda mais relevante porque se sabe que o próprio Estado é discriminador, nota, referindo o caso do Instituto de Emprego e Formação Profissional, que pedia testes de HIV/sida aos candidatos a emprego em certas empresas.

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