Na Piazza Farnese, uma das mais emblemáticas de Roma, houve mesmo casamentos gay simbólicos levados a cabo por um magistrado do Supremo Tribunal de Justiça. Mas também se "casaram" heterossexuais.
Pasqualina Napoletano, deputada no Parlamento Europeu e membro dos Democratas de Esquerda, o principal partido da oposição, explicou que vive com o seu companheiro há 15 anos. "Queremos ver os nossos direitos reconhecidos", disse à AFP, para acrescentar que defende que deve ter esses direitos sem ser obrigada a casar.
"A extensão dos direitos dos casais casados aos casais de facto é um acto de bom senso", afirmou por seu lado o deputado Franco Grillini, do mesmo partido.
A reacção não se fez esperar: "Estas demonstrações provocam náuseas", disse o ministro das Reformas, Roberto Calderoli, segundo a agência de notícias italiana ANSA. "A família é uma coisa séria, baseada no amor entre um homem e uma mulher", explicou o membro da Liga do Norte. O ministro da Cultura, Rocco Buttiglione, lembrou por seu lado, que "sem crianças, a Itália morre", noticiou a Associated Press.
Já no protesto de Milão o slogan era: "Vamos sair do silêncio". As mulheres que saíram à rua estão preocupadas com a possibilidade de uma lei de 1978, que determina que o aborto é legal nos primeiros três meses de gravidez, possa ser alterada. A polícia de Milão estima que 50 mil pessoas tenham participado na marcha.
A última vez que o Papa Bento XVI se pronunciou sobre o tema foi na quinta-feira, para dizer que as uniões gay são erradas e que o Vaticano condena o aborto.
O jornal do Vaticano, L"Osservatore Romano, considerou por seu lado uma provocação os esforços que visam o reconhecimento legal das uniões de facto "independentemente dos parceiros serem de sexo diferente ou do mesmo sexo".