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Domingo, 14 Agosto 2011 23:06

PORTUGAL
Slut Walk Porto 2011



Realizou-se ontem na invicta mais uma Slut Walk, a manifestação que teve início no Canadá depois de uma jovem violada ter escutado de um polícia que a culpada seria dela, dado a forma como vestia.


Este evento começou em Toronto quando o policial Michael Sanguinetti, disse que as mulheres deviam evitar de se vestirem como "Sluts" como forma de prevenir violações, referindo-se desta forma a uma jovem vítima.

Assim e desde o dia 3 de Abril do corrente ano, que um pouco por todo o mundo estas manifestações tem acontecido protestando contra uma "autoridade" que incrimina a vitima ao invés de punir o violador.

Por isso o Porto junta-se a todas as Slut Walk porque "não é mesmo não, porque quando é sim sabemos ser claras".

Foi isto que motivou as perto de cem pessoas que marcharam pelas ruas mais movimentadas do Porto nesta noite de sábado.

Com concentração frente ao Tribunal da Relação do Porto no jardim da Cordoaria, passando para a área do conhecido café boémio "Piolho", onde foi lido o manifesto usando a arquitectura citadina como palanque. Depois a rua Galeria de Paris, o novo centro da vida noturna da cidade, onde o grupo foi presenteado pelo Bar Galeria de Paris com uma rodada de champanhe decorado com frutas. Depois a rua Cândido Reis, e finalmente a Praça Dona Filipa de Lencastre, vulgarmente conhecida como Praça de Ceuta, onde foi lido novamente o manifesto usando o palco de um concerto que tinha terminado naquele momento. Mais uma gentileza que provou que afinal há quem se preocupe com o abuso exercido sobre as mulheres.

Nesta incursão pelas ruas do Porto alguns e algumas juntaram-se à marcha.

Depois o grupo seguiu para os Poveiros onde deram por terminada esta primeira Slut Walk Porto.

Veja a foto-reportagem e vídeo respectivo em: www.portugalgay.pt/extra/slutwalkporto2011/ .

Manifesto

Em Janeiro de 2011 um polícia afirmou em Toronto que as mulheres devem evitar vestir-se de forma provocante se não quiserem ser violadas. A SlutWalk Porto junta-se à vaga de indignação que esta afirmação causou um pouco por todo o mundo.

Recusamos totalmente a culpabilização das mulheres face a situações de violência sexual. Recusamos a cumplicidade com a agressão e com quem agride, seja pelo silêncio ou pela benevolência. Recusamos a objectificação e mercantilização dos corpos das mulheres. Mude-se as leis, mude-se quem agride. Mude-se a cultura patriarcal que diz às mulheres para não serem violadas, em vez de dizer aos homens para não violarem.

Mude-se a moral dominante, segundo a qual SLUTs somos todas nós, mulheres casadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, heterossexuais ou lésbicas, bissexuais, assexuais, com ou sem companheirxs, monogâmicas ou não, com ou sem filhxs. SLUTs são todas as mulheres que não inibem gestos, emoções, desejos ou vontades, que vestem, falam e vivem de acordo com os seus próprios padrões, que se não vergam à moral dominante.

Se SLUT – galdéria, desavergonhada, puta, descarada, vadia, badalhoca, fácil – é uma mulher que decide sobre o seu corpo, sobre a sua sexualidade, e que procura prazer, então, somos SLUTs, sim!

Não queremos piropos sexistas, não queremos paternalismo, não queremos violência sexual. Dizemos não, por mais cidadania. Dizemos não, por mais democracia. Dizemos não, por mais liberdade.

Se ponho um decote… Não é Não!

Se pus aquelas calças de que tanto gostas… Não é Não!

Se uso burqa… Não é Não!

Se durmo com quem me apetece… Não é Não!

Se sou virgem… Não é Não!

Se passo naquela rua… Não é Não!

Se vamos para os copos… Não é Não!

Se me sinto vulnerável… Não é Não!

Se sou deficiente… Não é Não!

Se saio com xs maiores galdérixs…Não é Não!

Se ontem dormi contigo… Não é Não!

Se sou trabalhadora sexual… Não é Não!

Se és meu chefe… Não é Não!

Se somos casadxs, companheirxs, namoradxs… Não é Não!

Se sou tua paciente… Não é Não!

Se sou tua parente… Não é Não!

Se sou imigrante ilegal… Não é Não!

Se tenho relações poliamorosas… Não é Não!

Se sou empregada de hotel… Não é Não!

Se tens dúvidas se aquilo foi um sim, então… Não é Não!

Se és padre, imam, rabi ou poojary… Não é Não!

Se beijo outra mulher no meio da rua… Não é Não!

Se sou brasileira, cabo-verdiana, angolana ou de outro país que sofreu colonização… Não é Não!

Se tenho mamas e pila… Não é Não!

Se disse sim e já não me apetece… Não é Não!

Se sou empregada doméstica… Não é Não!

Se adoro ver pornografia… Não é Não!

Se ando à boleia… Não é Não!

Se estamos numa festa swing, numa sex party ou numa cena BDSM… Não é Não!

Se já abrimos o preservativo… Não é Não!

NÃO é sempre NÃO. Quando é SIM, não há ambiguidades ou dúvidas porque sabemos o que queremos e sabemos ser claras.

 

PORTUGAL: Slut Walk Porto 2011

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