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Quarta-feira, 18 Fevereiro 2004 00:58

PORTUGAL
Posições discriminatórias do presidente da Comissão de Acompanhamento da Lei da Adopção



As Panteras Rosas -associação de combate à homofobia - denuncia energicamente as posições assumidas publicamente hoje por Luís Villas-Boas, presidente da Comissão de Acompanhamento da Lei da Adopção, segundo o qual mais vale uma criança passar toda a vida numa instituição ou em famílias de acolhimento à "infelicidade de ser educada por homossexuais".


O responsável afirmou ainda que a homossexualidade "não é um comportamento normal" e que é "uma perversão o que se passa nalguns pontos da Europa", nomeadamente a Holanda, onde os casais gays e lésbicos vêm reconhecidos os seus direitos parentais, nomeadamente o direito à adopção. Luís Villas-Boas vai ainda mais longe e garante que uma criança que seja educada em ambiente homossexual tenderá "a interiorizar atitudes, aprendizagens, reacções do ambiente onde está", o que poderá interferir com a "sexualidade natural" das crianças. E acrescenta: "ser lésbica não é ser mulher na plenitude do termo, porque se assim fosse não haveria o problema da procriação natural". Para as Panteras Rosas: - Através destas "infelizes"declarações, Luís Villas-Boas exprime posições morais, ao ajuizar da "normalidade"da homossexualidade ou de uma suposta ligação inevitável entre "ser mulher" e "procriar", e não uma posição profissional de psicólogo. Mais, confirma o carácter já de si abertamente discriminatório da actual Lei em função da orientação sexual dos/das candidatos a adopção; -Se conhecesse realmente o sistema de adopção e o que representa para crianças jovens viverem institucionalizado/as sem um enquadramento familiar a que têm direito, o responsável pela comissão não proferiria tais disparates, por respeito, quanto mais não seja, para com essas crianças e jovens. -Luís Villas-Boas terá que explicar com que base afirma que a orientação sexual de pais homossexuais determinaria a dos filhos em qualquer sentido. A maioria dos homossexuais são filhos de heterossexuais, pelo que a tese cai por terra. Mais, a orientação sexual das pessoas é reprimível, mas não alterável. É na família heterossexual que se limita à força quaisquer tendências homossexuais demonstradas pelos filhos. Seguramente que as famílias homossexuais serão mais tolerantes desse ponto de vista, e esperemos que os seus filhos "interiorizem" essas "atitudes", por um Portugal mais tolerante com a diferença. - As declarações em causa são um insulto aos muitos gays e lésbicas com filhos (filhos biológicos), e aos seus filhos, que naturalmente amam quem os criou. Para informação de Luís Villas-Boas, muitos homossexuais tiveram relações heterossexuais prévias, das quais resultaram crianças. Mais, os gays e as lésbicas não perdem capacidade reprodutiva por terem a orientação sexual que têm. Podem a qualquer momento resolver não apenas adoptar mas também conceber crianças. E muitos/as fazem-no. As Panteras Rosas desafiam Luís Villas-Boas a demitir-se do cargo ou, em alternativa, a ser inteiramente consequente com estas declarações, e assumir que os filhos de homossexuais lhes devem ser retirados. A bem da "normalidade"- claro! - afinal quem não sabe cuidar uma criança adoptada, também não saberá cuidar o seu filho ou a sua filha. [parte do comunicado de imprensa das Panteras Rosas]

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