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Sábado, 12 Novembro 2005 00:59

ESPANHA
Rádio da Igreja acusada de «incitar ao ódio»



O ministro da Indústria espanhol, José Montilla, acusou hoje a rádio Cadeia COPE, propriedade da Conferência Episcopal, de "incitar o ódio" e de "praticar a mentira", antes da manifestação de hoje contra a nova Lei da Educação.


Em declarações aos jornalistas, Montilla exigiu "explicações" aos bispos católicos, visando em particular António Maria Rouco Varela, cardeal de Madrid e Antonio Cañizares, arcebispo de Toledo, que acusa de nada terem feito para corrigir os erros da emissão.

Sublinhando que "todo o mundo tem o direito de se manifestar", Montilla apelou à "serenidade" dos que usam o "espaço radiofónico", em particular os jornalistas da COPE que dizem "barbaridades" sobre a reforma educativa e promovem "mentiras que não respeitam a liberdade".

Nesse sentido, o governante critica vários dos jornalistas e comunicadores da COPE que considera "dedicarem-se à mentira e a atacar todos os que não estão do seu lado", aplicando valores que "não são nem da maioria dos crentes, nem da hierarquia da Igreja".

Para Montilla, a emissora institucional da Igreja "ultrapassou a linha do respeito pela informação contrastada", já que o polémico projecto de Lei Orgânica da Educação (LOE), contestado hoje numa grande manifestação em Madrid, não afecta a inclusão da cadeira de religião nos centros públicos.

O governante critica igualmente a liderança do maior partido da oposição, o Partido Popular, que participa no protesto de hoje, afirmando que a força política tem "alguma responsabilidade", depois de dois mandatos no governo, "pelo baixo nível educativo dos alunos espanhóis".

Dezenas de milhar de pessoas estão concentradas no centro da capital espanhola numa grande manifestação promovida por várias organizações conservadoras e religiosas, contra a nova proposta de Lei Orgânica de Educação, criticada por subvalorizar a cadeira da religião.

Centenas de autocarros e pelo menos dois aviões transportaram milhares de manifestantes de todos os pontos do país para se juntarem aos habitantes da capital que contestam o diploma, actualmente no processo de aprovação parlamentar.

O documento que convocou a manifestação afirma que a reforma proposta "desconhece os direitos e liberdades reconhecidos pela Constituição espanhola em matéria educativa", bem como "os direitos dos pais a decidir sobre o tipo de educação que querem para os seus filhos".

A ministra da Educação e Ciência, Maria Jesus San Segundo, considerou hoje "infundados" os temores dos manifestantes sobre o futuro da religião no ensino público ou sobre a opção de escolha dos centros educativos.

San Segundo referiu que o Conselho de Estado considerou já que o tratamento da nova lei se ajusta à legalidade e garantiu que o diploma "respeita os direitos de toda a população", quer dos pais que querem que os filhos estudem religião, quer dos que não o querem.

Não foi possível à Agência Lusa obter uma reacção da direcção da COPE, que publica os comentários de Motilla na sua página principal online, sob o título "Montilla volta a atacar a COPE", mas sem qualquer informação adicional

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